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    #MMI Salvador: Paulo Borges e o planejamento da moda brasileira
    #MMI Salvador: Paulo Borges e o planejamento da moda brasileira
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    via @coolintheheat

    Alcino Paulo

    A primeira mesa do segundo dia do Pense Moda em Salvador (17/09) tratou de um tema difícil, mas de grande importância: o planejamento da moda brasileira. Paulo Borges falou sobre a construção do que podemos chamar hoje de Calendário Oficial da Moda Brasileira. O jornalista Alcino Neto foi o responsável por instigar o debate.

    Parece óbvia agora para nós, depois que ela passou a existir, a ideia de uma semana de moda que reúna as grifes brasileiras mais proeminentes, duas vezes por ano, para lançarem suas coleções. Porém, durante a década de 80 e boa parte dos anos 90, cada criador lançava os seus produtos dentro de espaços restritos, em datas aleatórias. Também não existia uma imprensa especializada em moda, a economia do país era extremamente frágil e as tecelagens ditavam quais os tecidos poderiam ser vendidos, em forma de cotas. Não era dada a marca a opção de fazer um produto téxtil próprio.

    O que Paulo Borges confabulou, e depois se tornou a grande marca que é o São Paulo Fashion Week e por conseguinte o Fashion Rio também, foi proporcionar uma infra-estrutura organizada para que as grifes no Brasil pudessem mostrar seu trabalho e obtivessem um alcance. Isso impulsionou todo um mercado novo, com trabalhadores especializados e com força econômica. Exatamente por isso, cabe muito bem aqui a frase dita por Alcino Neto durante a conversa: “O planejamento da moda brasileira passa por sua história e cabeça, Paulo”.

    Em um período árido para a moda brasileira, a partir das suas experiências profissionais como assistente de Regina Guerreiro, organizando desfiles para amigos e cuidando de figurinos de filmes publicitários, ele foi observando o cenário da moda no país, a necessidade latente por uma organização. Entre tantos desafios, o mais forte na época era a cultura do colonizado, que achava que o melhor sempre vem de fora.

    Quando ele lançou a primeira edição do SPFW, embrionado no Phytoervas Fashion e Morumbi Fashion, afirmou que fez um planejamento para o crescimento da moda brasileira para os trinta anos seguintes. Em 2010, a primeira metade desse período foi vivida. E esse planejamento não está pronto e acabado. O desafio agora é fomentar a indústria, a cultura de moda e a prevalência do design. Como o prórpio Paulo Borges disse: “Roupa é qualquer coisa sem valor, a moda tem processos novos em todas as suas fases. O design tem mais valor criativo”.

    Diante desse panorama, dessa construção histórica da moda brasileira, do seu calendário de semanas de desfiles, existem tantos outros elementos a serem debatidos. Fica evidente que o governo precisa se envolver mais diretamente com a moda, criar uma política nacional para esse setor, com incentivos de créditos e principalmente diminuição de impostos, que tanto encarecem os custos dos nossos produtos.

    Por outro lado, como devem se comportar os novos criadores atraídos por esse ambiente efervescente da moda? Existe espaço também para a moda baiana, mineira, cearense? Talvez esses tenham sido os pontos mais instigantes. Para Paulo, os jovens estilistas deveriam aprender mais sobre o negócio, trabalhar em empresas, sentir como se movimentam as engrenagens mercantis, pra depois lançarem suas marcas própias. Precisam sair de suas cidades para buscar visibilidade nacional, ir por exemplo para São Paulo, onde o consumo é elevado. Quanto as modas regionais, para ele não existem, pois deve haver sempre uma conexão entre o local e o universal _mesmo que o estilista mergulhe em suas raízes, ele precisa que isso tenha um apelo mais amplo.

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