Se todo desfile conta uma história, poucas marcas são tão boas narradoras quanto a Cavalera. A cada temporada, as coleções da grife vêm acompanhadas de elementos como trilhas ao vivo, modelos bailarinos e locais inusitados, que transformam cada apresentação em uma verdadeira performance fashion surpreendente.
E, desta vez, não foi diferente. O diretor criativo da marca Alberto Hiar convidou o diretor de novelas da Rede Globo Henrique Sauer, uma das mentes criativas por trás da trama “Meu Pedacinho de Chão” (2014), para transformar a passarela do SPFW Inverno 2015 em nada menos que um livro de fábulas pop-up gigante. “Toda coleção é uma inspiração, uma imaginação. Ela vem do mesmo lugar que as fábulas, então no fim das contas fez todo sentido unir as duas coisas”, contou.
Para saber mais sobre a ideia, que encantou os convidados neste primeiro dia de maratona fashion, acompanhe abaixo a nossa conversa com Sauer, feita no backstage da Cavalera.
Como surgiu a ideia deste cenário?
Quando o Alberto me chamou para fazer o desfile, ele já queria levar o universo lúdico para o desfile. Ao buscar inspiração em florestas para o Inverno 2015 da Cavalera, ele chegou até a fábula alemã de João e Maria. A partir disso, eu sugeri trazer um grande livro para a passarela, mas um que tivesse algum tipo de interação. Foi aí que chegamos no livro pop-up.
A Cavalera me deu liberdade total, por isso em vez de fazer apenas o cenário eu acabei criando também a trilha, junto com o Bid, e desenhando a luz.
Quanto tempo levou esse processo de concepção?
O processo todo levou uns dois meses. Primeiro veio o convite e, um mês depois, a gente começou a construir o cenário, que era totalmente artesanal e levou bastante tempo para ser montado. Ele tem uma base estrutural de ferro para permitir a movimentação das peças, uma cobertura de MDF bem fininha e, por fim, em vez de pintar, a gente resolveu cobrir tudo com páginas de livro ampliadas e coladas.
Nessa empreitada, trabalhou comigo o cenógrafo Anderson Dias, que tem a manha em coisas mecânicas, com movimento. Deu supercerto.
Essa foi a primeira vez que você trabalhou com moda?
Eu sempre tive uma relação próxima com o universo da moda por meio de amigos. Também já quase dirigi outros desfiles antes, mas nem sempre é fácil para a marca investir nisso.
Por falar em investimento, você pode revelar quanto custou esse cenário?
Prefiro não falar valores, mas não foi uma coisa muito cara. Não se compara, por exemplo, ao que se gasta com casting. Justamente pela Cavalera não se preocupar muito com casting – ela prefere trabalhar com modelos mais novos -, a gente conseguiu chegar em uma coisa viável, e que também não desviasse a atenção do que realmente importa: a coleção.
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