Inspirado por um Brasil que foge dos estereótipos da beleza natural e da sensualidade tipo exportação, Nicolas Ghesquière fez pesquisa de referências para a coleção Cruise 2017 da Louis Vuitton que não se resumiu ao samba, futebol e praia de sempre, mas incluiu a arquitetura de Niemeyer em visitas que ele fez a Niterói e Brasília, o caráter urbano caótico visto em viagem a São Paulo e a arte brasileira conferida ao vivo em Inhotim (MG).
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A “hot mess” (como ele mesmo define) de elementos brasileiros ganhou foco nos esportes como asa delta e parapente, vistos nas cores e recortes das peças vazadas – Ghesquière deve ter olhado muito para o céu do Rio -, no surfe, vide sapatos de neoprene, material bastante usado pelo estilista, na assimetria desconstruída dos parangolés de Hélio Oiticica e na arquitetura de ondulações orgânicas de Niemeyer, que Ghesquière misturou com seu próprio traço aerodinâmico, com grafismos vistos também nas estampas das bolsas, item desejo clássico da maison. Entre elas, destaque para o modelo de soundsystem (uma alusão à dança de rua e ao funk carioca, talvez?) o com print da obra “A Fera” (1969), homenagem a Pelé do cearense Aldemir Martins, a outra referência artística mais evidente da coleção, junto com Oiticia.
Na galeria de fotos, veja os acessórios do desfile, alguns deles já à venda no site da Louis Vuitton de sete países, incluindo o homenageado Brasil, claro.