Após enfrentar a recessão econômica e sofrer com o esvaziamento dos cofres públicos, a Itália teve que encontrar uma alternativa para recuperar e restaurar patrimônios culturais e históricos. Nesta fusão entre o setor público e privado, as marcas de luxo da moda italiana assumiram o orçamento de muitas obras e já financiaram diversas restaurações pelo país. A mais recente delas tem a assinatura da Salvatore Ferragamo. A marca anunciou semana passada que irá doar 1,5 milhão de euros para a renovação da Fonte de Netuno, em Florença. A grife, que possui um museu próprio desde 1995, já colaborou com diversos projetos culturais e educacionais em Florença – cidade natal de Ferragamo. A fonte deve ficar pronta em 2018.
Localizada no berço do movimento renascentista, a Fonte de Netuno foi construída em 1574, é a primeira fonte pública de Florença e um símbolo importantíssimo para a história local. A estátua de mármore com a imagem de Netuno – deus romano dos mares – foi feita pelo escultor e arquiteto Bartolomeo Ammannati.
Outras reformas e atividades culturais importantes na Itália têm levado a marca da moda: a Prada financiou a restauração o prédio da monumental da galeria Vittorio Emanuelle II, em Milão; a Tod’s doou 25 milhões de euros para o Coliseu, em Roma; a Fendi se uniu à prefeitura de Roma para patrocinar as obras da reforma da histórica Fontana de Trevi, que voltou a funcionar no final do ano passado; e no mês passado, a Valentino financiou a ópera “La Traviata”, no Teatro La Scala, com 15 apresentações esgotadas antes da estreia, que a transformou na apresentação de mais sucesso da casa desde sua abertura, em 1880.