Se em agosto do ano passado Raf Simons assumiu todas as linhas da Calvin Klein, agora chega mais uma integrante à equipe: duas semanas após a estreia da nova fase durante a NYFW, a label anunciou que a estilista Luella Bartley é a nova diretora criativa global da Calvin Klein Jeans. A britânica será responsável por encapsular a visão de Simons nos produtos da linha mais acessível da marca, mantendo a estratégia de unificar o espírito criativo da CK.
+ O desfile, ao branding, o staff: tudo sobre a nova era da Calvin Klein com Raf Simons
Luella Bartley lançou sua primeira marca em 1999, a Luella, junto com Katie Hillier, seu braço direito que foi apresentada pela stylist Katie Grand no mesmo ano, em um dos pubs da Kings Road, em Londres. A marca se tornou uma das queridinhas da cena britânica ao longo dos anos e, em 2008, rendeu à Bartley o prêmio de Estilista do Ano no British Fashion Awards. Elas também fizeram collabs com outras marcas, como Victoria Beckham, Joseph e Asprey – a bolsa Gisele, da Mulberry de 2002, foi desenhada por Bartley. Em 2009, a Luella precisou finalizar as operações após seu principal fabricante italiano falir e impossibilitar a produção das peças.
Quatro anos depois, em 2013, a dupla assumiu a Marc by Marc Jacobs – Hillier era a diretora criativa e, Bartley, diretora de design –, onde permaneceram até 2015, quando a marca fechou as portas anunciando que seus produtos seriam integrados à linha principal de Jacobs. Até aqui, a dupla criava para jovens mulheres que tinham certa dose de feminilidade, rebeldia, empatia ao gender bender e, sobretudo, “pé no chão”. Suas referências vão de David Bowie e Madonna à Oscar Wilde e Lucian Freud.
O Inverno 2015 da MBMJ, uma das mais bem sucedidas coleções da marca sob o comando da dupla, por exemplo, teve o motocross como uma das inspirações e estampas desenvolvidas por Fergus Purcell, o designer gráfico por trás do logo da marca de streetwear Palace Skateboards.
A dupla continuou firme e forte após o fechamento da MBMJ e lançou em seguida sua marca própria, a Hullier Bartley (com clientes como Alexa Chung e Florence Welch). O espírito jovem foi mantido, porém desta vez para mulheres adultas – como se as jovens às quais criavam outrora haviam crescido. “Cheguei aos 40 anos e pensei que eu deveria crescer. Essa [a Hullier Bartley] foi a minha resposta para isso. Isso é uma coisa que ninguém está fazendo”, disse Bartley ao The Guardian. “Porque o ponto é: as mulheres não envelhecem mais da mesma forma. Nossa geração tem a referência de mulheres como Patti Smith. Ficar mais velho não é mais como antigamente”.
O espírito jovem, portanto, é algo recorrente no trabalho da britânica. Se pensarmos que a CK Jeans é uma marca clássica do jeanswear jovem americano, que as referências da britânica não passam longe do universo criativo de Simons, e que a estilista possui uma bagagem respeitável, tornam grandes as expectativas para uma contratação bem sucedida– aguardemos!