Depois da saída de Edward Enninful da W Magazine, em abril, o mistério sobre quem iria substitui-lo na publicação foi mantido por bastante tempo. Até que, finalmente, a revista divulgou quem são os novos integrantes da equipe: uma das imagemakers mais importantes do cenário atual, Katie Grand torna-se colaboradora como Diretora Criativa de Moda; Rickie de Sole foi promovido de Diretor de Acessórios a Diretor de Moda, ocupando agora o posto que pertenceu a Enninful, e Sara Mooves, ex-editora de moda contribuinte da Vogue americana, é a nova Diretora de Estilo.
Grand será responsável pela edição de moda dos editoriais, além de trabalhar ao lado de Stefano Tonchi, editor-chefe da W desde 2010, para ajudá-lo a conceituar números especiais da revista. “Eu compro a W desde quando comecei a comprar revistas”, conta Katie. “Nos anos 1990, era fã incontestável das capas de Michael Thompson e também de Miles Aldrigde com todas as supermodelos, quando ele ainda estava começando a fotografar. É uma grande revista americana com uma história fantástica”, continua.
Publicação mais conceitual da Condé Nast, a W é um dos títulos que têm menor distribuição dentre as publicações integrantes do portfólio da gigante editorial, cuja circulação, em 2016, girou em torno de 458.00 exemplares por mês, segundo o BoF, sendo esse um dos principais motivos que explicam seu viés menos comercial. Katie foi uma das co-fundadoras da revistas indies The Face e Dazed and Confused, já passou por títulos como Pop e, em 2009, a Condé Nast investiu na editoria para criar sua própria revista, a Love, cuja edição de estreia teve a venda mais rápida da história da Condé Nast britânica. Portanto, parece natural Tonchi ter escolhido Grand para o novo cargo. “Nós compartilhamos muitos valores e eu adoro seu entusiasmo”.
Contudo, o dedo de Katie está por todo lado. Além de continuar editando a Love, ela também é colaboradora assídua de títulos como Industrie, Interview, as versões francesa e italiana da Vogue, além de ser stylist dos desfiles e campanhas da Miu Miu e Marc Jacobs, seu parceiro de longa data.
“Hoje, muitas profissionais não querem permanecer em um só lugar”, explica Tonchi. “Então, comecei a pensar numa estrutura que desse mais espaço para gente talentosa, fazendo com que todos entreguem seu melhor, além de construir uma equipe confiável aqui na revista”, diz ele, que acredita que uma das funções da W dentro da Condé Nast é oferecer um terreno fértil onde profissionais criativos possam crescer e aparecer – não só na W como em outras publicações da CN. “Num momento como este, é importante compartilhar talento. A ideia é esta: compartilhar talentos, recursos e nos unirmos para criar as imagens mais memoráveis”.
A nova estrutura à qual Tonchi se refere também inclui a decisão de Chris Mitchel, diretor de negócios da W. Agora, a revista terá uma edição de férias, sendo apenas 11 edições publicadas ao ano em vez de 12. Pensando na “baixa” distribuição do título, o calendário também foi reestruturado, segundo Tonchi, para que os leitores tenham em mãos uma revista que tenha necessidade, que lhes chame realmente atenção, “com uma presença forte”, trazendo conteúdos especiais em edições dignas de colecionador, e não como atualmente, em que todo mês o leitor compra uma revista porque tem que ter. “É um novo mundo e temos que pensar as publicações de uma nova maneira”.
A estreia de Grand como diretora contribuinte na W poderá ser vista em outubro, na edição dedicada à Alta Costura.