A artista russa Maria Kazakova, cabeça e alma da marca Jahnkoy, visitará o Brasil durante o SPFW com apoio da Puma, marca com a qual acaba de lançar uma coleção. O Sebrae também é um dos apoiadores. No dia 30 de agosto às 17h, ela fará uma apresentação-performance no evento, na única ocasião para ver de perto suas roupas de estética poderosa, elaboradas e ricamente bordadas, que colocaram a Jahnkoy entre os oito finalistas no prêmio LVMH deste ano.
Maria também fará um workshop na Texprima, em São Paulo, e ações no novo Centro-br, no Rio, como o Community Day, um dia de música, gastronomia, cultura e design celebrando a abertura do Centro e multiculturalidade da Jahnkoy no final de semana. A programação de Maria no Brasil está ao final desta matéria.
A Jahnkoy é, definitivamente, um dos novos nomes pra se prestar atenção no mundo hoje. Ela enxerga a moda e o mundo de uma maneira particular e sua visão se estende por tudo o que faz. Para ela a moda tem uma força poderosa para levantar questões sobre a sustentabilidade do sistema atual e busca trazer consciência aos consumidores sobre outros modos mais viáveis de produção, distribuição e consumo.
Basicamente, ela trabalha sobre materiais já usados, roupas de segunda mão, sobras e até peças de fast fashion, que são retrabalhadas, ganhando valor criativo e artesanal, criando uma peça nova cheia de sentido e valores nobres. “Nossos ancestrais usavam roupas para proteção espiritual e para transmitir informações. Com a globalização, as roupas viraram inexpressivas, são produzidas em massa e perderam o toque humano”, ela diz. O objetivo de seu trabalho é falar sobre herança cultural de uma forma contemporânea, reconectar as pessoas com a sabedoria do passado e promover as habilidades manuais.
Suas coleções são absolutamente contemporâneas e originais. Em “Displaced” (mostrada no vídeo abaixo), ela discute sobre o desaparecimento da cultura de roupas no mundo do fast fashion e seus efeitos sobre a moda. Ele fala da África, das roupas que o Ocidente produz, e a maneira como isso ajuda a destruir o artesanato, a tradição e a cultura. As peças parecem uma desordem visual em que ela aplica seu trabalho manual riquíssimo à roupas esportivas. “O sportswear é usado em todos os lugares. E eu venho da Sibéria, cresci com abrigos esportivos. Isso é o que as pessoas usam nas ruas normalmente”.
“JAHNKOY significa um novo espírito de vizinhança. Convida as pessoas a andar para frente unidas e reivindicar o mundo como uma só tribo. Vemos a moda como uma forma de união humana e uma plataforma poderosa de mudança”. Para ela, a comunidade é uma parte essencial do ser humano, já que formamos grupos de acordo com os nossos interesses, valores e pontos de vista. “Nossos espíritos estão unidos e nos tornamos parte da vida dos outros, nos afetamos uns aos outros e esta é a forma como a sociedade se desenvolve”.
Já o logo do leão representa o espírito, o coração e a alma dos bravos. Também é uma reflexão do atual sistema da moda, onde peças são reproduzidas, copiadas e vendidas ao público por um preço mais barato. “Imitação é o estigma do mundo. Nós precisamos empoderar os consumidores e fazer com que eles se preocupem com a origem dos produtos e com as pessoas que fazem os produtos”.
Maria nasceu e cresceu na Sibéria, estudou moda em Moscou, depois na Saint Martins, em Londres, e na Parsons, em Nova York, onde mora hoje.
Com o mundo começando a prestar atenção, a estilista já veste as cantoras M.I.A e Erykah Badu.
A presença de Jahnkoy no Brasil é uma iniciativa do Projeto Estufa e Centro-br com o apoio da Puma, SPFW, Sebrae e Texprima.
30.08
Apresentação no SPFW as 17h
01.09
Workshop para 25 pessoas na Texprima (para convidados)
04.09
Lançamento do Projeto Órbita no Centro-br
07.09
A partir das 14h: Community Day no Centro-br
09.09
Workshop para 25 pessoas no Centro-br
Valor: R$ 120
Centro-br: rua Sacadura Cabral 109, Saúde, Rio