A Forever 21 está se preparando para pedir falência, segundo reportou a Bloomberg. A marca de fast fashion, que tem 800 lojas espalhadas pelo mundo e mais de US$ 3 bilhões em vendas anuais estimadas, estava em negociações com consultores e credores para reestruturar sua dívida.
A queda da Forever 21, assim como a da loja de departamentos Barneys, faz parte do que ficou conhecido como retail apocalypse (apocalipse do varejo), termo usado para descrever como a internet mudou os hábitos dos consumidores, fortemente afetando as lojas físicas – só neste ano nos EUA, oito mil lojas físicas foram fechadas. A Forever é um dos maiores inquilinos de shoppings centers e os proprietários dos imóveis sofrerão um grande golpe se o pedido de falência for usado para fechar lojas.
Vale lembrar que não é só como os jovens compram que mudou. Há também uma oscilação em direção a produtos percebidos como de melhor qualidade, mais ambientalmente sustentáveis e oferecidos por empresas comprometidas com a responsabilidade social, valores que a Forever 21 não passa ao consumidor.
Há pouco tempo, a Forever 21 era o lugar para adolescentes que lotavam as lojas atrás de looks com as tendências atuais e baratos. Hoje, essas mesmas meninas estão buscando roupas em brechós ou fazendo feiras de trocas entre elas.
Outro problema é que maioria das varejistas pertence a empresas de private equity que, como relata a Forbes, “usam aquisições alavancadas para comprar empresas. Essas aquisições sobrecarregam os varejistas com altas dívidas e juros que mais tarde precisam pagar, tornando-os menos rentáveis”, diz o artigo.
Porém, pedir falência nem sempre significa que a empresa vai morrer. Pode ser também uma oportunidade para a empresa se reestruturar enquanto continua a operar ou reconfigurar o pagamento da dívida. Um exemplo é a americana Toys R Us, ex-gigante que decretou falência em 2017 e hoje emergiu das cinzas em uma nova configuração bem mais interativa e adequada aos tempos de hoje.
A Forever 21 foi fundada pelo casal Jin Sook e Do Won Chang em 1984 após entrarem nos Estados Unidos vindos da Coréia do Sul. Em julho, eles perderam seu status de bilionários, resultado da turbulência atual na cadeia do fast fashion.