Em maio deste ano, Alessandro Michele anunciou que a Gucci reduziria seus desfiles, de cinco para apenas dois em favor da criatividade.
Na sexta-feira, 17.07 ele “apresentou” a coleção “Epilogue” em formato totalmente digital, encerrando uma série de três partes que começou com a apresentação teatral do inverno 2020 em fevereiro, seguida da campanha “The Ritual”, dirigida pelos próprios modelos em maio. “Epilogue” apresentada agora completa a visão de Michele de transformar a moda de dentro para fora, ao revelar os bastidores de uma coleção apresentando sua equipe de design modelando cada um dos looks em imagens feitas como para os boards de desfile composto por fotos, post-its e anotações manuais com os detalhes de cada look.
“As roupas serão usadas por quem as criou”, explica Michele nas notas da apresentação que foi formata para duras 12 horas. “Os designers com quem, todos os dias, compartilho o torpor da criação, se tornarão os artistas de uma nova história. Eles aproveitarão a poesia que contribuíram para moldar. Eles encenarão o que imaginamos apaixonadamente. É um processo de inversão de papéis, mais uma vez.”
A coleção em si está repleta de referências aos anos 70, que Michele ama e considera uma das décadas mais criativas e transformadoras da história recente.
Os fãs da marca também foram convidados a acompanhar o shooting da campanha “Epilogue”, que acontece no Palazzo Sacchetti, em Roma, fotografada pelo norte americano Alec Soth. As imagens só serão reveladas em outubro.
Para completar a imersão, Michele também curou uma lista de músicas na plataforma do Spotify para ser uma “representação em áudio” da coleção.
Embora a coleção “Epilogue” seja o capítulo final, para Michele e Gucci, também marca o começo de um novo futuro para a casa italiana, que assumirá o controle de seu próprio calendário de lançamentos e um novo ritmo para o lançamento de coleções, além de diminuir ainda mais os limites entre as propostas para a moda masculina e feminina.
“Nesse sentido, o epílogo que hoje entrego a você realmente parece uma abertura”, escreve Michele. “Um divisor de águas que se fecha e se abre ao mesmo tempo, o limiar de um novo começo, do qual tentamos imaginar o nosso amanhã”.