“Muitas marcas já falavam em sustentabilidade, porém, a prática era muito diferente da teoria. O que se pregava não era o que se fazia e chegava muito timidamente ao consumidor final.” É assim que Paula Kim define a inquietação com a qual voltou ao Brasil após sua graduação na Central Saint Martens. Gabriela Brandileone, que também havia retornado de sua pós-gradução na mesma universidade, também tinha suas próprias críticas, depois de uma experiência robusta no setor de fast-fashion.
Juntas, as duas decidiram criar a Lapô, uma marca essencialmente sustentável em todos os seus processos, mas que pauta isso de uma forma bem pé no chão e realista para o consumidor final. As peças da linha esportiva tem certificado Oeko-Tex, que garantem que os produtos são livres de toxinas; os tecidos são biodegradáveis e se deterioram em até 3 anos, se descartados em aterros. Já as camisetas, são produzidas com algodão orgânico e tecido proveniente da reciclagem de garrafas plásticas. Até as embalagens, são feitas de material compostável e, para toda essa produção, a Lapô utiliza apenas água de reuso.
A marca, nascida em meio à pandemia, cria roupas para pessoas reais, com peças confortáveis, visual atlético e tecidos ergonômicos, feitas para funcionar como uma extensão do corpo, conforme pede a tradução: “La peau”, de onde vem o nome, é pele, em francês.
“Hoje, depois de tudo o que estamos vivendo com a pandemia, as mudanças no clima global, a intolerância racial; não cabe mais um produto e uma marca que não se preocupa, que não tenha um propósito significativo para os impactos do mundo. Isso é o que nos fez criar a Lapô e é nisso que acreditamos fortemente.” contam. Por isso, não vem como surpresa a escolha de Catarina Lorenzo como embaixadora da marca.
A jovem baiana, de apenas 13 anos, é surfista e ativista contra a clise climática, a poluição das praias e a preservação das florestas, já tendo discursado na ONU, ao lado de Greta Thunberg. Foi lá onde Gabriela e Paula ficaram sabendo de Catarina e, alguns anos depois, a convidariam para dar rosto à Lapô.
Para quem já ansiar por novidades da marca, Gabriela e Paula já nos adiantam que a marca trabalhará numa lógica slow: “A roupa deve ser durável, assim como a sua cadeia produtiva, não apenas no ciclo de vida do produto mas no sentido de ser sustentável para todos que estão envolvidos no processo. Não trabalharemos com coleções por estação mas sim drops e coleções que serão lançadas de acordo com a saúde da marca e a necessidade do consumidor”.