Desde o início da pandemia do COVID-19, com a pausa das semanas de moda físicas, muito se discutia sobre a sustentabilidade e impacto ambiental dessas. Entre transportar milhares de pessoas, profissionais, roupas, materiais e tudo o mais, o impacto ambiental de uma semana de moda pode ser mais alto do que gostaríamos de admitir. Com o retorno das semanas de moda físicas aos poucos, essa questão voltará à pauta com força total.
A Fédération de la Haute Couture et de la Mode, instituição da moda francesa, tem trabalhado já há alguns anos nessa questão e, na sexta passada, apresentou uma nova ferramenta digital para auxiliar que as marcas da Paris Fashion Week mensurem seu impacto ambiental. Em parceria com a PwC, a Paris Fashion Week vai testar o modelo no meio do ano e ele deve ser lançado integralmente em setembro para as marcas da Federação e/ou participantes do calendário oficial da semana de moda de Paris.
A ferramenta de eventos leva em conta 120 indicadores-chave para calcular o impacto socioambiental de um evento ainda antes de sua realização, incluindo produção, casting, provas de roupa e até mídias digitais. Uma segunda ferramenta, focada nas coleções de moda vai medir o impacto ambiental das coleções apresentadas. Para ambos os casos, as marcas podem optar pela transparência e divulgar seus resultados ou não divulgá-los e apenas contribuir para a mensuração do impacto geral da semana de moda, sem expor publicamente os próprios resultados.
Na sustentabilidade, transparência é a principal chave para avançarmos nessas questões, então vale prestar atenção em quais marcas vão optar por divulgar seus resultados e quais vão escolher escondê-los.