O trabalho do artista norteamericano Nusi Quero encanta pela técnica, que dá à figuras anatômicas um astral de natureza orgânica – mas que não veio desta dimensão. Recentemente a internet se voltou novamente ao trabalho do artista, quando Beyoncé revelou a capa do seu próximo álbum Renaissance (lançado oficialmente hoje) vestindo um maiô criado por ele. O designer e artista ganhou visibilidade durante a pandemia, quando começou a projetar roupas digitais enquanto trabalhava como arquiteto júnior em Los Angeles.
Suas esculturas digitais, que ele mesmo define como corseletes, têm formas orgânicas e tribais. As peças, que imprimem uma opulência anatômica que valoriza o corpo feminino, rapidamente correram os feeds do Instagram na época. Nusi começou projetando suas criações em um avatar digital e, com o tempo, se interessou em trazer essas renderizações para o off-line, como forma de brincar com o que é real ou virtual através da impressão 3D. Logo começou a chamar a atenção de celebridades como Skrillex, Kylie Jenner e Grimes.
Hoje, Nusi rejeita olhar para seu trabalho como um ofício de moda, prefere sim tratá-lo como arte, pois, segundo ele, dentro do mercado da moda tudo muda rapidamente, deixando de ser fashion assim que a peça de roupa chega ao seu ponto de saturação. Por mais que seja obcecado com o processo criativo, ele diz não ligar tanto para os materiais ou tendências do momento. O interesse de Nusi é mais voltado para o produto final, que constrói a narrativa de heroína intergalática, com toques de sensualidade e de braveza nas tramas que constroem suas peças.
Nusi não quer ficar rotulado como um designer que faz só roupas dessa forma. Seu interesse é diversificar os materiais e que suas criações sejam percebidas como um tipo de couture, onde cada peça é uma obra de arte e não um produto massificado.