Shein: a marca mais popular do ano é novamente denunciada por plágio
Varejista chinesa também anuncia ações para melhorar condições de trabalho em suas fábricas após denúncias
Shein: a marca mais popular do ano é novamente denunciada por plágio
Varejista chinesa também anuncia ações para melhorar condições de trabalho em suas fábricas após denúncias
Desde que a Shein virou manchete por conta da falta de transparência em suas cadeias de produção, volume e ritmo ultra acelerados de lançamentos, a marca chinesa tem feito malabarismos para evitar que polêmicas atinjam a reputação e as vendas da empresa.
Depois do Channel 4 lançar em outubro o documentário Untold: Inside the Shein Machine, a gigante do varejo tomou a decisão mais radical até então: a criação de um fundo de 15 bilhões de dólares para estruturar sua cadeia de fornecedores para os próximos 4 anos, além 4 milhões para organizar uma auditoria anual surpresa.
Os anúncios foram feitos pelo líder global de Meio Ambiente, Governança e Social (ESG). Segundo o porta-voz da empresa, a criação do fundo é uma resposta a um suposto novo comportamento do consumidor de pesquisar como as marcas impactam a sociedade e o meio ambiente, como aponta a pesquisa da Opinion Box, estimando que 67% dos clientes são mais atentos a essas questões nos dias de hoje.
Com a verba, a Shein pretende criar o Programa de Empoderamento da Comunidade de Fornecedores, que buscará reformar fábricas que abastecem o site da varejista.
Ainda em desenvolvimento, cerca de 30 projetos serão tocados durante o final do ano, resultando 300 projetos firmados até 2026. Caso as fábricas que fazem parte do plano atual não se regularizarem até o fim do ano, poderão responder judicialmente, além de ter demandas de produções diminuídas drasticamente.
Marca mais popular do mundo
Em 2022, a varejista online ganhou a posição de marca de moda mais popular do mundo segundo as buscas no Google em 113 países, superando a Nike e a Zara. A Shein ultrapassou a Zara, que estava no topo do ranking no ano passado, o que evidencia o ultra rápido crescimento da popularidade da marca nos últimos 12 meses.
A popularidade meteórica alcançada pela empresa, fundada apenas em 2008, é reflexo do investimento maciço na expansão dos negócios e tem entre seus maiores mercados o Brasil. Em novembro, na abertura de sua segunda pop-up no país, em um shopping em São Paulo, a marca foi notícia pelas longas filas e brigas entre clientes. O vídeo de uma confusão viralizou na internet.
Novas denúncias de plágio
Apesar dos esforços em melhorar a imagem por meio de melhorias nas condições de trabalho em suas fábricas, esse não é o único problema que Shein enfrenta. Esta semana, a marca brasileira Jouer Couture acusou a Shein de plagiar a estampa “Tô calma mas tô nervosa”, uma das mais conhecidas. E esse é apenas um de vários casos de denúncias de cópias da empresa em pouco tempo.
Além da recorrência de plágio, a Shein também é questionada sobre o descarte de dejetos e sobre a alta escala de produção. Num momento onde a reflexão sobre os impactos ambientais e sociais são urgentes, pairam dúvidas sobre o que de fato é uma revolução sistêmica ou mero greenwashing.