adidas X Thom Browne: a briga pelas listras
A luta judicial entre o estilista e a gigante alemã ganha novo capítulo
adidas X Thom Browne: a briga pelas listras
A luta judicial entre o estilista e a gigante alemã ganha novo capítulo
Listras podem parecer inofensivas, mas são justamente elas que estão tirando o sono de Thom Browne e de grandes executivos da adidas. O motivo? A gigante alemã alega que o designer norte-americano esteja se apropriando do emblemático trio de listras. E, apesar de Browne afirmar que uma coisa nada tem a ver com outra, um processo de US$ 7 milhões movido pela marca esportiva vem rolando desde meados de 2021.
Para a adidas, permitir que Thom continue a usar as listras com liberdade significa que o designer esteja roubando da “fama generalizada e tremendo reconhecimento público” e “boa vontade extremamente valiosa”, sem contar os milhões conquistados com as peças que carregam o “logo”.
A verdade é que Thom realmente expandiu a oferta de peças esportivas, no entanto, os itens que mais carregam listras são justamente os moletons e cardigãs – considerados verdadeiros best-sellers da marca. Um dos motivos mais factíveis que pode ter levado a esse mal estar: a aproximação do estilista com o F.C. Barcelona nos últimos anos (ainda mais por ser a Nike – grande concorrente – a atual patrocinadora do time espanhol).
Ainda assim, o processo caminha a passos curtos por um motivo bem claro: perante a lei as marcas são segmentadas a públicos distintos.
Afinal, os conjuntos esportivos e as meias caneladas são bem diferentes das criações de Browne, que beiram ao preppy. Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a adidas luta por suas listras, no passado tanto pela Skechers, quanto J.Crew, que, na época, foram proibidas de fazer qualquer alusão ao logo da marca, por mais minimalista que ele seja.
A primeira sessão do caso da adidas x Thom Browne finalmente chegou no Tribunal Distrital do Sul de Manhattan em 3 de janeiro deste ano, tendo, inclusive, a presença do próprio Browne. O resumo do caso é que a big player alemã acredita que Browne usou intencionalmente as listras a fim de confundir o consumidor.
O pulo do gato veio do advogado de Browne, que recuperou um acordo que Browne e a adidas fizeram em 2007, quando Browne recebeu a autorização para continuar usando a marca com listras horizontais depois de adicionar uma quarta faixa ao seu logotipo.
De acordo com a representação de Browne, a adidas teria se equivocado, uma vez que liberou o logotipo de quatro listras há mais de uma década, declarando enfaticamente que as duas empresas não são concorrentes e, portanto, o processo da adidas deve ser indeferido. Apesar dos pesares, o processo deve se estender até a chegada da primavera do Hemisfério Norte.
Update: o veredicto final não se estendeu como era previsto e foi anunciado nesta quinta-feira (12.01), que Thom Browne foi o ganhador do processo movido pela adidas, tendo total liberdade de continuar usando as listras em sua marca homônima.