FFW
newsletter
RECEBA NOSSO CONTEÚDO DIRETO NO SEU EMAIL

    Não, obrigado
    Aceitando você concorda com os termos de uso e nossa política de privacidade

    Das campanhas controversas, passando pelo seu conhecido olhar provocativo e a nova estratégia da Balenciaga


    Reunimos 10 highlights da primeira entrevista de Demna após meses de silêncio

    Das campanhas controversas, passando pelo seu conhecido olhar provocativo e a nova estratégia da Balenciaga


    Reunimos 10 highlights da primeira entrevista de Demna após meses de silêncio

    POR Vinicius Alencar

    Após meses de silêncio, por conta das polêmicas das campanhas da Balenciaga, Demna e a marca entraram em uma espécie de hibernação. O feed foi esvaziado – prática comum da label – e assim ficou por semanas até um vídeo de final de ano ser compartilhado, nele podíamos ver uma compilação de desfiles dos anos 1950 e 1960. Uma tentativa de mostrar o legado e sua emblemática trajetória.

     

    Eis que essa semana um post chamou atenção: nele a Balenciaga e o grupo Kering, detentor da marca, afirmam que apoiarão pelos próximos 3 anos com a National Children’s Alliance (NCA) dando apoio psicológico a crianças que estão se recuperando de traumas. Na sequência, foi divulgada uma extensa entrevista de Demna à Vogue, em que ele fala sobre todos os controversos episódios, supostas coincidências e dá pistas de um retorno em um formato bem diferente da estratégia que os levaram a atingir 1 bilhão de euros em vendas. Como é esse plano? Longe dos holofotes, menos midiático, com marketing silencioso e um foco bem explícito: criar roupas duráveis e menos efêmeras. A data: 5 de março, durante a PFW.

     

    Esse novo norte proposto por Demna como revolucionário e quase uma antítese à sua própria trajetória tem explicação: após o frenesi pós-pandemia tudo indica que a moda está se preparando para enveredar por um caminho mais real, com menos espetáculo e grandes produções, algo que afetará não só o formato de apresentações, como os produtos em si. A temporada masculina já deu a pista de qual será a palavra de ordem da vez: essencial. 

     

    Confira abaixo dez principais trechos que destacamos da entrevista. 

    1.

    Percebi que realmente tenho que olhar tudo de um ponto de vista muito objetivo e imaginar como isso pode falar para um público diferente e ser responsável por isso. Foi uma reação que eu nunca, jamais gostaria de causar. 

     

    2.

    Eu percebo que meu trabalho tem sido visto como provocativo, mas essa situação específica nunca faria parte da minha, você sabe, natureza provocativa. Essa foi a coisa mais difícil para mim pessoalmente: Como não pude ver [o problema]? Porque está tão claro para mim agora que foi a coisa errada a fazer.


    3.

    Quero dizer, fui chamado de coisas terríveis, o que não sou e a Balenciaga não é. Isso foi difícil além do horror de estar associado a esse problema [de abuso infantil]. Esses são os erros que cometemos e temos que ser responsáveis por eles. Eu nunca iria querer mexer com um assunto como esse. Quero dizer, quem iria? 

     

    4.

    Foi um conjunto de coincidências negligentes e infelizes, mas não intencionais. A princípio, fomos informados de que os documentos eram falsos. A campanha dos objetos de final de ano foi diferente porque o caráter inapropriado de associar crianças a esses objetos foi claramente um erro nosso. 

     

    5.

    Quando o escândalo começou [pelos documentos e adereços], todo mundo [minha equipe] ficou chocado. Não sei como eles foram parar lá. Eles não deveriam estar lá. Eu estava completamente atordoado.

     

    6.

    Intencional de quem? De nós? O que posso dizer com certeza é que não foi intencional por mim ou Balenciaga. Se foi intencional por outra pessoa, não sei.

     

    7.

    Sempre acreditei que cresci e evoluí através das dificuldades da minha vida, e esta foi a maior delas. O que percebi dessa situação é que fazer roupas é o que mais me deixa feliz.

     

    Cortei e costurei roupas com minha equipe durante a maior parte de dezembro do ano passado. Me reconectei com onde comecei, e percebi a importância disso para mim. É um trabalho sério, sabe, fazer roupas. Não se trata de criar imagem ou buzz ou qualquer uma dessas coisas. 

     

    8.

    Muitas dessas ideias [de dezembro] farão parte do desfile em março. Voltei a cortar jaquetas e calças, experimentando padrões e formas. Não tenho como explicar isso de outra forma a não ser me abrigar fazendo o que amo: confeccionar roupas. É exatamente nisso que vou me concentrar na Balenciaga a partir de agora. 

     

    9.

    O aspecto provocativo do meu trabalho muitas vezes foi mal interpretado e mal compreendido, e não sinto mais vontade de aplicá-lo aos meus projetos.

     

    Muitas vezes usei algum tipo de humor em minha linguagem de design, e muitas vezes foi considerado provocativo. Para mim, era mais sobre me divertir e não levar a moda muito a sério. Apesar do que muitas pessoas podem ter suspeitado, o problema com as campanhas não fazia absolutamente parte da minha linguagem de design provocativa – nunca, jamais teria a ideia de mexer com uma coisa tão terrível e horrível como o abuso infantil.

     

    10.

    O cenário do desfile será intencionalmente simples, para poder focar na coleção e realmente chamar a atenção para ela. Estou focando apenas no essencial: coleção, som, luz. Estou animado com isso.

     

     Isso está mais de acordo com quem eu sou, em quem estou me tornando, evoluindo. E também corresponde muito mais ao património desta casa. Vamos mostrar muita roupa, roupa que dá muito trabalho.

     

    É uma evolução. Quando trabalho em alta costura, há uma ligação muito direta com a herança e com o trabalho do Cristóbal, que ainda não foi traduzido o suficiente para o prêt-à-porter. E acho que a coleção de março terá muitos desses elementos. Quero deixar vocês surpresos com o que vão ver, mas serão três partes: a primeira parte é baseada na alfaiataria e muita experimentação com isso, cortando, desconstruindo e reconstruindo, que é minha base na costura. A segunda parte foco na silhueta, realmente mais voltado para a moda e para a forma. E na terceira parte, sinto estar mais ligada à herança da casa, não tanto à alta-costura, pois não quero ter essa sobreposição, mas na forma como vejo a elegância moderna. Haverá coisas que eu acho que não fazemos muito em nossos desfiles de prêt-à-porter, com certeza.

     

    Não deixe de ver
    FFW Shooting: TECH THE NEW AGE
    Marc Jacobs o precursor da estética vintage
    Essa vovó é um ícone de estilo que você precisa conhecer
    O que está por trás do visual de “Caju”, de Liniker?
    Damiano David do Måneskin assina coleção exclusiva com a Diesel
    Chloë Sevigny faz 50 anos e segue dando lição de estilo e autenticidade
    C&A e Patricia Bonaldi lançam colla, H&M anuncia coleção com Glenn Martens para 2025, CHANEL expande com boutique no Leblon
    Livro Babado Forte, de Erika Palomino, ganha segunda edição atualizada
    Dolce & Gabbana e Skims lançam parceria inspirada no estilo de vida italiano
    Quem disse que é feio? 15 calçados que provam que o ‘‘feio’’ pode ser também muito cool
    FFW