O local escolhido foi sua amada França, mais especificamente a Fundação Maeght, em Saint Paul de Vence, a cerca de 25 quilômetros de Nice. A escolha tem motivo: dialogar com a coleção intitulada ” Les Sculptures”, uma vez que o espaço é repleto de esculturas.
Com essa coleção, Simon está mirando para o outro lado do atlântico, a começar pelos convidados: Julia Roberts, Jenna Lyons, Kylie Jenner, Kristin Davis – a Charlotte de Sex and The City. O suéter caretinha, 50% lã merino e 50% acrílico, feito de convite era outra pista. Jacquemus quer conquistar a América.
Quando “Sexual Healing” começa a tocar e Gigi Hadid surge na passarela, tudo passa a fazer ainda mais sentido. Jacquemus reinterpreta a trivialidade do cotidiano e, ao seu modo, a normalidade. Gravatas, lapelas desencontradas, saias lápis, scarpin, pose corporativa por mais que no fone esteja um ritmo bem sensual e na cabeça lembranças das últimas férias.
Para tirar do lugar, Jacquemus olhou pro seu repertório, as linhas angulares, arredondadas e arquitetônicas mais conceituais que o transformaram em um hot ticket temporadas atrás – bem em sintonia com o que vimos na Alaïa semana passada. Estruturado e rígido na forma, ombros protagonistas, silhueta pueril e exuberante, na mesma medida.
Teria ele olhado para clássicos da moda estadunidense Calvin Klein, Halston, Bill Blass? Há uma austeridade urbana bem nova-iorquina, mas aquecida pelo olhar solar de Jacquemus. A noiva surrealista foi uma interessante aparição, que revela o amadurecimento da marca e, principalmente, o lugar em que Simon se coloca hoje: o designer que veste tanto para o cotidiano, quanto para os dias mais especiais.