Maurício Duarte tem um lugar solo e, agora, cativo no SPFW: é o único nome indígena a fazer parte da programação. Neste sábado (13.04), ele deu passos além e desfilou uma coleção que referenciou a sua ancestralidade com um olhar envolvente e contemporâneo.
A artista Zahy Tentehar abriu a apresentação entoando um cântico em tupi-guarani. Dessa vez, Piracema foi o mote, o termo significa “subida dos peixes para reprodução”, o que explica a presença de camadas e plissados que remetem as escamas do pirarucu, assim como a fluidez e a languidez dos tecidos que insinuam o fluxo contínuo das águas.
Nota-se uma lapidação da sua linguagem, um amadurecimento, seja os materiais nobres com assimetria, seja nas tramas que deixavam uma boa porção de pele à mostra. Os acessórios assinados por Carlos Penna foram também bem importantes para compor a imagem final.