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    Pensata da Palô #5: Pil Marques, Hell’s Club e a nostalgia clubber
    Pensata da Palô #5: Pil Marques, Hell’s Club e a nostalgia clubber
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    Não fosse pelo DJ e produtor Pil Marques chamar a atenção para a efeméride, talvez nem fôssemos perceber que tanto tempo se passou desde que começamos a nos reunir nas manhãs de domingo no subsolo de um clube na rua Estados Unidos, no bairro paulistano dos Jardins.

    Comemora-se, portanto, os 15 anos do Hell’s Club, com um DVD e um projeto itinerante de festas. Histórias, lendas e causos voltam à memória clubber, de um tempo em que essa palavra nem fazia parte do vocabulário da mídia e das pessoas “normais”.

    Era 1994, entrava em vigor o Plano Real, e Fernando Henrique Cardoso assumia a Presidência da República. Naquele mesmo ano de 1994, o Phytoervas Fashion daria início à retomada da moda brasileira, projetando o talento de Alexandre Herchcovitch para além da cena noturna.

    “A estética contracultural dos clubbers foi a centelha revitalizadora do mundo fashion”, apontava a papisa Costanza Pascolato, sempre com as antenas ligadas, em artigo na revista “Vogue Brasil”.

    A partir da liberdade dos comportamentos ligados ao cenário dos clubes, que se refletia também no vestir, e dos desfiles que, sem grandes verbas mas alguma pretensão, aconteciam sob as luzes estrobo, a moda de fato recuperava sua energia pulsante. O próprio Alexandre chegou a mostrar uma coleção com Johnny Luxo e Márcia Pantera no extinto Columbia, aquele histórico dos corsets com rabo de cavalo nas costas. Porém os principais top models eram os freqüentadores. Anônimos ou nem tanto.

    Fechando o foco especificamente sobre o Hell’s, seu público era bastante definido em clãs, que se vestiam de modo diverso e demarcavam seu território também fisicamente dentro da boate.

    As musas eram as Pocahontas, grupo que tinha entre seus pares Marina Dias, Adriana Recchi e Flavia Ceccato. Marina hoje é apresentadora da Fashion TV, Adriana comanda o núcleo festeiro De Polainas e é uma das mais queridas hostess da noite brasileira, e Flavia Ceccato comanda o Hot Hot, depois de fazer história na condução do Lov.e. Vestidas com microssaias, coturnos de cano alto, cabelo comprido (olha o apelido), elas dançavam se contorcendo na frente do famoso palquinho, levando as pessoas à loucura.

    Havia Amanda, skatista com aparência de um menino, que habitualmente fazia seu topless, sem causar nenhum tipo de alarde. E a camiseta “Eu Compreendo a Nova Linguagem”, alusão ao Techno que despontava àquele tempo. Qualquer coisa usada pelo cultuado DJ Mau Mau virava item obrigatório, das camisetas da Slam, dos adesivos no case até as tattoos, ultracopiadas.

    Em termos de “tendência”, o povo do Hell’s trouxe cor ao visual clubber, já que a cor oficial do underground sempre havia sido o preto. Enterrou a montação do início dos 1990 e consolidou o streetwear e o esportivo, além de ter aberto espaço para o fluo que vinha respingado das raves e da própria cultura do Ecstasy.

    Tendo como acessório oficial os óculos escuros (o slogan do Hell’s era “don’t forget your sunglasses”, já que o horário de saída era com sol alto, ao meio-dia), usados também na pista para isolar um pouco o contato. Tatuagens (incluindo a do logo do clube) e piercings eram de ordem.

    Os cybermanos também escreveram seu capítulo ali, os clubbers da periferia que faziam das roupas seu passaporte de entrada nos Jardins, colorindo seus moicanos, consumindo jaquetas, bonés e calças de grifes como Escola de Divinos e Slam e cultuando a estética Prodigy.

    Nas festas de aniversário do clube, sempre à fantasia, tradição que perdura até hoje, um exercício bem brasileiro do humor e da criatividade.

    O mundo mudou bastante desde então (lembra que não tínhamos Internet?). E quem viveu aqueles anos vai ter, dali, muita coisa para contar para os netos ou para relembrarmos entre nós à medida que envelhecemos. #nostalgiaclubber

    Erika Palomino

    + Leia todas as Pensatas da Palô aqui!

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