o ABC de Yves Saint Laurent
No aniversário do célebre estilista, alguns momentos cruciais que nos fazem entender sua importância
o ABC de Yves Saint Laurent
No aniversário do célebre estilista, alguns momentos cruciais que nos fazem entender sua importância
No dia 01 de agosto se comemora o nascimento de Yves Saint Laurent, tido como um dos maiores estilistas do século passado. Sua influência é inquestionável, afinal foi Yves quem repensou padrões de comportamento e a forma de se vestir não só das mulheres, como de homens.
Inovador para a época, discutiu sobre gênero, colocou a moda com status de arte ao se inspirar em artistas que iam de Mondrian a Van Gogh. Colecionou musas: Catherine Deneuve, Loulou de La Falaise, Betty Catroux… Se tornou um dos símbolos máximos da alta-costura francesa e fez sua história com a cidade Luz se tornar uma só (apesar de ter nascido na Argélia). Esteve presente do cinema à Copa do Mundo, se imortalizou não só na moda, como na cultura.
Eu separei aqui alguns momentos-chave e definitivos para entender o legado de Yves.
ARTE
Uma das peças de alta-costura mais caras a serem confeccionadas foi a jaqueta inteiramente bordada à mão que reproduzia os girassóis de Van Gogh, o item é até hoje uma referência que ilustra o savoir-faire da costura, elevando ela a um outro patamar. Antes disso, nos anos 1960, o plasticismo de Mondrian fez Yves popularizar e estreitar a relação da moda com a arte.
CINEMA
A atriz Catherine Deneuve sempre teve uma íntima relação com Yves: estando presente desde os seus primeiros desfiles até o último, que marcou a sua despedida da alta-costura no começo dos anos 2000. Tamanha intimidade a fez convidar Saint Laurent para assinar o seu figurino em “A Bela da Tarde”, de 1967: casacos evasês, mini comprimentos, sapatos co-criados por Roger Vivier e códigos bem franceses que continuam a ecoar hoje.
ESTILISTA-MODELO
Quando vemos Donatella entrando no final do desfile causando burburinho ou relembramos Galliano em suas entradas teatrais nos desfiles da Dior sendo ovacionado, parece que a ideia do estilista como celebridade é algo mais recente. Mero engano, na virada dos anos 1960 para 1970, Yves já era tido como um popstar, posando inclusive nu para divulgar uma das suas primeiras fragrâncias.
FUTEBOL
Moda e futebol hoje estão mais unidas, mas lá nos anos 1990 eram quase antagônicas. Então imaginem a surpresa quando um desfile com as principais criações de Yves ao longo da história invadiram o Stade de France para encerrar a final da Copa de 1998. Centenas de modelos unidas formaram suas indefectíveis iniciais: YSL. Um momento inesquecível, sem dúvidas!
LE SMOKING
Se hoje uma mulher de terno pode ser mais do mesmo, no final dos anos 1960 era uma verdadeira afronta. A imagem “andrógina” proposta por ele questionava gênero, poder e o ideal de elegância. A transparência, os seios à mostra e a atitude enigmática se tornaram seus códigos e foram imitados aos montes.
SAHARIENNE
A imagem de Veruschka, modelo-ref dos anos 1960 usando o look com quê de uniforme em cor cáqui é uma das mais emblemáticas da história da moda. O utilitarismo, algo quase secundário para a alta-moda até então, era para Yves algo fundamental. Bolsos em evidência, tecido encorpado, uma proposta que se adapta ao inverno e ao verão. No clique, Yves (de Saharienne) entre suas musas: Betty e Loulou. Mais atual impossível!
SUCESSORES
Quando Yves declarou aposentadoria em 2002 (com direito a um desfile-retrospectiva) foi sucedido discretamente por Alber Elbaz, em uma passagem relâmpago pela marca, até a chegada de Tom Ford, que diferente de Alber, não foi bem recebido por Saint Laurent. A relação entre eles foi marcada por trocas públicas de insultos e polêmicas – apesar da presença de Ford ser bem vista pelos executivos da época.