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    Para sempre… tipo tatuagem?

    O Brasil é o segundo país que mais busca tecnologias de remoção. Descubra quais são as mais eficazes – e efetivas!

    Para sempre… tipo tatuagem?

    O Brasil é o segundo país que mais busca tecnologias de remoção. Descubra quais são as mais eficazes – e efetivas!

    POR Vinicius Alencar

    A tatuagem sempre foi símbolo de rebeldia e transgressão. No final do século 19, os marinheiros ingleses e norte-americanos já ostentavam as suas, muitas delas sendo pops até hoje (do coração às âncoras). A história delas, claro, começou junto a nossa existência praticamente, no Egito, Nova Zelândia e regiões remotas da Europa, as tattoos já eram bem elaboradas e até então tinham em comum o cunho espiritual e ritualístico.

     

    Essa essência se mantém um pouco na contemporaneidade: até os millenials era comum fazer tatuagens para marcar a chegada da adolescência ou para imortalizar momentos especiais e até amores, como bem diz a música “Quero ficar no teu corpo feito tatuagem” – esse último motivo sendo um dos mais controversos, já que o amor muitas vezes se vai e a tatuagem permanece firme. Mas isso, como sabemos, vem mudando. 

     

    Depois dos EUA, o Brasil é o país que mais busca profissionais para retirar tatuagens, pelos mais diversos motivos: arrependimento, indecisão ou por mera estética. O avanço das tecnologias que removem tatuagens é notório, mas spoiler: não menos dolorosos. Giancarlo Pincelli, da Hell Tattoo, é um dos nomes mais proeminentes quando o assunto é remoção – com vários cases extremos. Conversamos com dois profissionais e duas pessoas que estão removendo ou removeram suas tattoos recentemente e compartilham suas experiências. E você, tá pensando em retirar a sua? Por que? 

     

    Mas o que tem de novo?

    “Hoje, a tecnologia mais eficaz para remoção de tatuagem é o laser em picosegundos, no comprimento de onda, 755 nanômetros e 1064 nanômetros. É muito importante lembrar que a tatuagem de coloração preta é aquela que mais responde à remoção, porque realmente o laser consegue ler esse pigmento de uma maneira mais adequada e assim ele é removido com múltiplas seções, então a gente tem que associar, muitas vezes, diferentes ponteiras de laser, diferentes parâmetros para que consiga um resultado. De todas as formas, esse tratamento é um pouco agressivo, sim, porque você precisa destruir aquele pigmento que está ali depositado na tatuagem”, diz Thiago Cunha, dermatologista.

     

    A também dermato Malu Barros completa: “Dentre as tecnologias que existem hoje, sem sombra de dúvida, o 1064 Kitsuite é o mais efetivo para a remoção de pigmentos de tatuagem. Lembrando que para a remoção total desse pigmento a gente precisa avaliar qual foi a tinta utilizada, quais cores tem essa tatuagem. E, na sequência, remove com o 1064 Kitsuite e na sequência a gente pode usar o 532 KTP Nessas tecnologias avançadas que tem hoje no mercado, a associação também de microcanais faz também a diferença também para a remoção dessas tatuagens Então hoje o mais efetivo para a remoção de tatuagem é o Kitsuite 1064”.

     

    Número de sessões:

    Thiago Cunha: “O número de sessões necessárias para remoção de tatuagem vai depender do tamanho da tatuagem e também da coloração. Acho que a coloração é o fator mais importante, porque uma tatuagem preta é removida mais facilmente e pode demandar menor número de sessões. Agora, uma média entre seis a dez sessões, e é importante respeitar o intervalo entre elas, que normalmente é no mínimo de um mês, para que haja uma completa recuperação da pele e, então, aconteça uma nova agressão. Uma tatuagem grande vai demandar dez, doze, vinte sessões”. 

     

    Malu Barros: “O tempo da remoção da tatuagem varia muito. Voltando lá atrás, quando a gente identifica qual é a procedência da tinta, que tinta foi utilizada, que mistura foi feita e qual a técnica dessa tatuagem, você consegue remover uma tatuagem escura. Por exemplo, o nome de uma pessoa, você consegue remover em duas ou três sessões dependendo dessa tinta. Mas, na maioria das vezes, a gente pede aí em torno de seis sessões, pode variar até 18 sessões dependendo do tamanho dessa tatuagem. Se for uma tatuagem gigante nas costas, demanda muito mais tempo, porque tem que clarear o escuro e depois vem clareando os mais claros”.

     

    @iamkailan

    sumi?? apareci!!! 5º sessão delas… #tattoo #fyp @Thiago Souza Remoção a Laser

    ♬ som original – kailan

    Pós remoção

    Thiago Cunha: “Os cuidados pós envolvem hidratação com cremes cicatrizantes, então existem vários no mercado, cremes que consigam restaurar a barreira cutânea que, por conta do laser, foi comprometida. Então, muitas vezes também, a gente precisa associar o uso de corticoides tópicos para reduzir um pouco o processo inflamatório, para que não haja complicações. As principais complicações da remoção de tatuagem com laser são cicatrizes, então você pode agredir demais essa pele e gerar uma cicatriz, às vezes até que eloide, que é super comum, cicatriz hipertrófica. Pode haver também as manchas brancas, então a destruição do tecido ser tão intensa que você acaba destruindo as células normais, os melanócitos, e aí a cor fica comprometida, então você gera manchas brancas na área de cicatrizes e isso é um grande problema para tratar depois, então é muito importante. De que você procure um profissional experiente nesse tratamento, que consiga lidar com eventuais complicações e que tenha realmente as tecnologias mais modernas, mais seguras do mercado”.

     

    Malu Barros: “ Não pode tomar sol, tem que evitar tomar banho muito quente e manter a pele sempre hidratada, essa é a ideia. Pode deixar marca? Dependendo da energia que se usa e da forma que aplicar o laser, pode sim deixar uma cicatriz Às vezes vale mais você deixar a cicatriz e remover aquela tatuagem, mas é tudo uma questão de avaliação entre médico e paciente”.

    Dói mais para tirar do que para fazer

    Malu Barros: “Não, não é indolor, dói muito, tá? Dói muito. Aí o que a gente faz? Dependendo do limiar de dor e do tamanho da tatuagem, tá? Porque se a tatuagem ficou muito extensa, a gente não coloca anestesia injetável porque não dá pra colocar. Então a gente faz com um resfriador que chama Sibéria. A gente resfria a pele até tipo dois graus. E resfria e dá o disparo, resfria e dá o disparo, resfria e dá o disparo. Tem que tomar cuidado porque pode dar bolha, isso não é bom. E o pior que pode acontecer é a hipocromia. Que quando você vai pegar o pigmento da tatuagem, você também pega o pigmento da pele e a pele fica esbranquiçada”.

     

     

    ​Mariana Bastos, estudante de arquitetura:

    “Fiz na adolescência apenas uma. É muito grande, na costela esquerda, e não gostei desde quando a fiz. O que posso dizer a uma pessoa que vai fazer tatuagem hoje? Prepare-se pois a dor é mais para tirar do que para fazer e também custa mais caro”.  

     

    Maria Rocha, designer e stylist: “Tenho 04 tatuagens de tamanhos variados quero remover todas as tatuagens. Na verdade eu sempre soube, na época que decidi fazer minha primeira tatuagem, que existiria tecnologias que me possibilitariam removê-la em algum momento. Agora já me sinto mais segura com os procedimentos de remoção e também está mais acessível”, reflete.

     

    E acrescenta: “Cada dia quero colocar um look novo, incorporar um personagem novo e eu acho que essas tatuagens, muitas vezes, impossibilitam essas mudanças. Eu gostei de ter feito e vivido com elas durante todo esse tempo, mas agora, se eu posso escolher, escolho remover. O que posso aconselhar para alguém que está querendo se tatuar agora? Opte por tatuagem de tinta preta, é a pigmentação de melhor remoção [risos]”. 

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