Maquiagem de massinha feita usando manequim como molde ©Theo Carias
O maquiador Theo Carias, 36, sempre foi conhecido por levar novas possibilidades ao ofício da maquiagem. Seja através de pinturas corporais ou construções de personagens de sonho, através da manipulação de pinceis, cores e colagens. Agora, em seu mais novo trabalho ele tem usado… massinhas! Sim, daquelas que encontramos em lojas de criança mesmo. “Andava muito entediado com as maquiagens convencionais e referências reeditadas em editoriais de moda”, diz Theo. “Sempre tive um lado artesanal muito intenso, gosto de fazer e construir coisas com as mãos. E a massinha, além de ser uma matéria prima lúdica, tem várias cores e tipos de textura”.
©Theo Carias
Esse tipo de trabalho é o que Theo chama de “maquiarte”, que ainda tem um longo caminho a ser percorrido aqui no Brasil. “Estamos no auge do universo da maquiagem. As pessoas estão cada vez mais apaixonadas e interessadas por cosméticos, mas ainda há muito a ser explorado nessa prática mais artística”. Para Theo é uma questão de tempo: “Em um país de cores e alegria como o nosso, este tipo de trabalho pode ser sim uma forma de inspiração e de expressão artística”.
Suas experiências com massinha podem levar até dias. Primeiro ele desenha no manequim, depois constrói com as massinhas as formas que ele precisa, pensando no impacto que a combinação de cores e texturas pode causar. E no final, o mais trabalhoso é então esculpir o manequim, normalmente um processo bem longo. E voilá! Personagens de sonho e fantasia são criadas artesanalmente. O efeito é mesmo muito bonito.
Apesar de a gente se encantar com o efeito das massinhas, a ideia que gerou essa série vem dos vários tipos de interferências que as pessoas fazem hoje em dia em prol da beleza. “Quis brincar com isso de uma forma divertida e lúdica”.
Theo, claro, não vive das tais massinhas. Maquiador concorrido, ele também é um dos maiores especialistas em tirar sobrancelha em São Paulo. E mesmo em um processo técnico como este, a “pulguinha” da criatividade está sempre lá. “Gosto do belo. Minha experiência profissional passa por vários setores da mídia e das artes, mas estou sempre explorando novas possibilidades de descobertas”.
©Theo Carias
Esse texto foi originalmente publicado na coluna de Paulo Borges na revista “Isto É Gente”
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