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    Slow beauty: Uma conversa com Olivia Camplez, da multimarcas Dominique, “o oposto da Sephora”
    A loja Dominique no bairros Jardins, em São Paulo / Cortesia
    Slow beauty: Uma conversa com Olivia Camplez, da multimarcas Dominique, “o oposto da Sephora”
    POR Camila Yahn

    Entrar na loja Dominique Beauté é o equivalente a uma criança chegar em um parque de diversões. A multimarcas de beleza de nicho criada pela empresária francesa Olivia Camplez, 36, oferece a melhor experiência para quem gosta de descobrir novos produtos, tratamentos e marcas.

    Sua curadoria é o que torna a visita um momento especial. Em primeiro lugar, Olivia trabalha com marcas desconhecidas, que você não vai encontrar em shoppings ou Sephoras. São 20 marcas estrangeiras de nicho, escolhidas a dedo, todas de altíssima qualidade e que estão revolucionando os tratamentos cosméticos, como Joelle Ciocco, Odacité e Christophe Robin. Então, se você pensar que cada produto é uma descoberta, um cheiro, uma textura, melhor ir sem pressa, não importa se é sua primeira ou décima visita, pois sempre tem coisas novas para conhecer. Lá também podemos encontrar as roupas de linho da marca Perigo (bem cool), velas e chás especiais. Tudo é um convite aos cinco sentidos.

    Olivia nasceu em Paris e morou no México, Nova York e Madri antes de chegar ao Brasil. Formada em literatura francesa e business, ela começou a trabalhar na Apple na parte de e-commerce e ficou sete anos na área “antes da Amazon chegar e matar todo mundo”.

    Após dois anos de pesquisa e estruturação, ela abriu seu primeiro ponto da Dominique em 2016, na rua Bela Cintra, nos Jardins, e no final do ano passado inaugurou uma loja no shopping Cidade Jardim, ambas em São Paulo.

    Olivia recebeu o FFW para uma conversa que aborda slow beauty e os desafios de empreender no Brasil, um dos países mais protecionistas do mundo.

    Olivia Camplez / Cortesia

    Olivia Camplez / Cortesia

    Como veio parar no Brasil?

    Perdi minha mãe há sete anos e precisava de um ar fresco. Sabe quando você está em um momento em que não é a melhor versão de si mesma? Peguei um mapa e pensei: pra onde vou? Queria algo completamente novo e escolhi o Brasil. Cheguei sem falar português e com um único amigo, o Dimitri Mussard (dono da multimarcas Acaju). Fiquei um ano trabalhando em uma startup de e-commerce onde eu era investidora.

    E quando surgiu a ideia de uma multimarcas de beleza de nicho?

    Sempre tive ligação com a beleza. Quando vi, estava trazendo malas de produtos a cada vez que voltava de viagem pois não tinha nada desses produtos no Brasil. Pensava: não posso ser a única pessoa que goste dessas marcas de nicho.

    Como você avalia o mercado de nicho hoje?

    Ele está crescendo muito mais rápido do que o tradicional. E essa tendência já está pegando no Brasil, com mais e mais pessoas buscando comprar de forma mais consciente.

     Como você imaginou a Dominique?

    Queria fazer o oposto da Sephora. Queria um lugar que fosse como se eu estivesse em casa mostrando o que eu comprei pras minhas amigas e poder oferecer tudo junto, o produto e o tratamento, a experiência que aquela marca pode proporcionar.

    Da ideia até você abrir a primeira loja, quanto tempo levou?

    Dois anos. Comecei a encontrar com investidores e durante um ano fiz um tour geral para rever os novos conceitos da beleza. Fui pra Tóquuio, Londres, etc.

    Então você tem sócios?

    Tenho investidores estrangeiros que daqui a pouco irão se tornar sócios. O maior deles é a Galeries Lafayette e tenho mais três privados. São todos amigos e há muita confiança entre a gente. Mas eu sou a maior investidora.

    Quantas marcas você vende?

    20. E conheço todos os donos de todas as marcas. Tenho um relacionamento individual com cada um. Hoje, tem marcas que querem me pagar para estar aqui.

    Como funciona a sua curadoria?

    Queria que a minha loja tivesse mais coração e não apenas uma relação de compra. Abri a Dominique com marcas desconhecidas, mas de primeira linha. Todos os produtos aqui mostram os efeitos da importância da qualidade do ingrediente e da fabricação. A realidade é que não existe um hidratante potente de US$ 15. É matemático, não existe. E eu prefiro não vender do que vender o produto errado. É o oposto de qualquer loja que vai tentar te empurrar as coisas.

    Qual é a marca mais high endque você vende?

    Joëlle Ciocco. É a mais high end de beleza do mundo.

    Qual seu Top 3 entre os produtos da Dominique?

    Precieux Cérat, Joëlle Ciocco: um hidratante mix de cera e óleo para restaurar a pele, ideal depois de muito sol ou muito frio.

    Scrub Christophe Robin (R$ 420): scrub de sal marinho maravilhoso para limpar e purificar o couro cabeludo.

    rmsbeauty: da maquiladora Rose-Marie Swift, pioneira do make orgânico, todas suas embalagens são de vidro, não usa nada de plástico. E é uma das marcas favoritas da Gisele.

    Serums da Joëlle à venda na Dominique / Reprodução

    Serums da Joëlle à venda na Dominique / Reprodução

    Como você enxerga a beleza? Qual é a sua proposta?

    Meu negócio é de slow beauty. Beleza é uma ligação com você muito importante. Para mim não é sobre vaidade, é sobre tomar conta de você. Skin is the new make up.

    O que você acha dessa busca eterna pela juventude?

    A dor de cabeça que você vai ter… Porque você VAI envelhecer, não tem como escapar disso. Então pega esse tempo e esse dinheiro e aplica no seu amor próprio. Eu não sou a favor do botox. Você paralisa o músculo, depois ele cai e você tem que fazer preenchimento. É uma luta perdida. Efeito imediato não existe, mas a mulher no geral é preguiçosa. É melhor fazer massagem facial, a limpeza e os cuidados do dia a dia do que fazer procedimentos a cada três meses.

    Essa abordagem mais holística da beleza virou uma tendência? Algumas marcas usam como marketing, mas não está implementada no coração da empresa.

    Agora é overdose espiritual (risos). Mas mesmo que seja uma tendência, é uma boa tendência, que pode despertar coisas boas. O rosto é o lugar mais solicitado do corpo porque é onde temos todos os sentidos, então exige um cuidado de uma maneira mais ampla. E beleza é marketing. As marcas boas também sabem fazer marketing, mas é preciso ter coerência entre marca e a sua própria vida. Não é porque é orgânico que é bom.

    Como é trabalhar no Brasil?

    É uma loucura. Preciso registrar todos os produtos com 18 carimbos. Precisei pedir a fórmula da vela da Dyptique, que é uma marca que vende no mundo inteiro… Tenho que pedir a fórmula de tudo para todas as marcas. Eu entendo o protecionismo, mas esse nível é maluco.

    Alguma marca não topou compartilhar a fórmula?

    A Tata Harper foi a única.

    Foto: Cortesia

    Foto: Cortesia

     

    Que outros desafios você tem?

    O capital de giro é o maior desafio por causa da cultura de parcelamento. Eu sou uma empresa jovem então você precisa de um caixa que eu não tenho. Eu pago o imposto antes de vender o produto. Mas por outro lado, aqui também é o país que me faz mais feliz na vida.

    Você planeja abrir mais pontos de venda?

    Os shoppings me procuraram um mês depois que eu abri minha primeira loja, mas ainda era muito cedo, não sabia nem como fazer o negócio, então não fui. Quero sim abrir mais lojas e também na América Latina, mas sei que nunca vou querer abrir 40 lojas. Se tem uma coisa que quero é qualidade e não quantidade. Aplico isso em tudos, amigos, viagens…

    Por que, entre todos os shoppings, você escolheu o Cidade Jardim?

    Porque é outro público. Muitas clientes de outros shoppings vêm até o Jardins ou moram por aqui, mas o Cidade Jardim é frequentado pelas mulheres que moram nas torres. O fluxo é mais baixo, porém mais qualitative e responde por 85% das clientes novas da Dominique.

    Como você pode definir beleza?

    Beleza ainda é o único ramo que é espiritual. Você cheira, experimenta, se cuida. Você sai da loja feliz. Quebrada, mas feliz.

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