Domenico Dolce e Stefano Gabbana são considerados culpados em segunda instância por evasão de divisas ©Reprodução
A novela Dolce & Gabbana X governo italiano acaba de ganhar um novo capítulo – e ele não é positivo para a grife. O tribunal de apelações confirmou nesta quarta-feira, 30 de abril, a decisão em primeira instância e afirmou que os réus Domenico Dolce e Stefano Gabbana são culpados no processo de evasão de impostos. O advogado da dupla garantiu, no entanto, que irá recorrer novamente, apelando desta vez ao Tribunal Superior de Justiça da Itália por uma nova revisão do caso.
Dolce, Gabbana e o contador Luciano Patelli foram sentenciados pela corte de apelações a um ano e seis meses de prisão. No último mês de junho, eles foram condenados a cumprir um ano e oito meses na cadeia, além do pagamento de multa pelas declarações de impostos omissas. Mas nenhum dos réus terá de cumprir qualquer período na prisão, já que a sentença é inferior a dois anos, tempo mínimo de condenação segundo as leis do país.
O irmão de Dolce, Alfonso, a diretora geral da grife, Cristiana Ruella, e o diretor financeiro Giuseppe Minoni também foram sentenciados a um ano e dois meses de prisão, dois meses a menos que a pena original estabelecida no ano passado.
Entenda o processo
Seguindo as investigações que tiveram início em 2008 pela Guardia di Finanza, braço da polícia italiana vinculado ao ministério nacional de economia e finanças, Dolce e Gabbana foram acusados de evasão fiscal pela venda das marcas Dolce & Gabbana e D&G para a holding Gado Srl, sediada em Luxemburgo, em 2004. A polícia italiana acredita que a holding fundada pelos próprios designers serviu como mecanismo para evitar o pagamento dos altos impostos corporativos italianos.
Os advogados dos réus apresentaram suas apelações em novembro de 2012 e, durante a primeira audiência no mês de março seguinte, o procurador Gaetano Santamaria surpreendeu a todos ao refutar as acusações, pedindo que todos os acusados fossem absolvidos. Dolce e Gabbana, que sempre negaram as acusações, foram considerados culpados em junho em primeira instância e já ameaçaram até fechar a grife caso não consigam recorrer da decisão.