O mundo inteiro acompanhou Rihanna em 2009. Depois de atingir o ponto mais alto da sua carreira – emplacando não apenas um, mas seis hits com o disco “Good Girl Gone Bad” – ela desceu a ladeira com um escândalo de violência doméstica envolvendo seu ex-namorado, o cantor Chris Brown. Foi uma surpresa quando, poucos meses depois do ocorrido, saiu o anúncio do seu quarto álbum de estúdio, ‘Rated R”, lançado aqui no Brasil no íncio de dezembro.
Capa de “Rated R”, novo disco da cantora Rihanna. A foto é de Ellen Von Unwerth com styling de Mariel Haenn ©Divulgação
O álbum começa em uma introdução no estilo de “Thriller” (vale lembrar Michael Jackson já influenciou Rihanna no passado: a música “Don’t Stop The Music” usou um trecho de “Wanna Be Startin’ Something”, do rei do pop), para então cair em “Wait Your Turn”, que mistura rock industrial com R&B. Em “Hard”, o melhor momento do álbum, entram batidas pesadas de hip-hop, que são desaceleradas em “Stupid In Love” com a letra ressentida numa clara alusão ao relacionamento com Brown. “Rockstar 101” soaria muito melhor se as guitarras pudessem ser ouvidas; já “Russian Roulette” tem produção extraordinária, mas falta emoção nos vocais – num mercado como o americano, onde o impacto da voz é um pré-requisito para qualquer cantora, Rihanna expõe demais o seu calcanhar de Aquiles.
Mais em frente, a cantora perde o fôlego em “Photographs”, que faz pensar o quão melhor seria se ela falasse do episódio em que as fotos da sua agressão vazaram na imprensa, em vez de relembrar momentos bons do relacionamento. A animada “Rude Boy” fica isolada perto das apáticas “Te Amo”, “Cold Case Love” e “The Last Song”, três baladas que finalizam a obra.
As decepções amorosas sempre foram matéria-prima para artistas musicais, sobretudo as mulheres: de Billie Holiday à Amy Winehouse, de Maysa à Whitney Houston. A diferença aqui é que talvez Rihanna seja muito orgulhosa. Ou talvez tenha faltado coragem para escancarar suas feridas tão pouco tempo depois da violência que sofreu em sua vida pública e privada. Seja qual for o motivo que levou às inseguranças de “Rated R”, vale lembrar: a indústria fonográfica é um lugar onde os fracos não têm vez.
Artista: Rihanna
Álbum: Rated R
Gravadora: Def Jam Recordings / Universal Music
Preço Sugerido: R$ 25
Site oficial: rihannanow.com
Fã-clube no Brasil: rihannanobrasil.com.br
Twitter: twitter.com/rihanna
Facebook: facebook.com/rihanna