Excepcionalmente nesta temporada de Verão 18, o irlandês Jonathan Anderson pulou a semana masculina de Londres, onde desfilava, para apresentar sua coleção como estilista convidado na Pitti Uomo, em Florença. O desfile, apresentado em 14.06, foi uma homenagem aos turistas. “Quando viemos a Florença, vi turistas americanos, japoneses e britânicos andando por toda a cidade”, ele explica. “E gostei dessa ideia das pessoas vestindo short jeans, camiseta e, nos pés, um par de Converse”.
Os modelos em seu desfile também usavam tênis Converse. Isso porque o estilista aproveitou a passarela em Florença para também divulgar sua nova parceria com a centenária do clássico All Star. Segundo o Business of Fashion, a colaboração será a longo prazo, sempre inspirada nas ideias que suscitaram suas coleções. Esta primeira, por exemplo, centra-se na ideia “do dia para a noite” (pensando nas andanças turísticas), e inclui novas versões do modelo Chuck Taylor All Star (em camurça, com glitter ou metalizado, esse último com cano um pouco mais alto), além da versão esportiva – os modelos devem chegar ao mercado no final do ano (ainda não se sabe se vendidos no Brasil), e os preços não foram divulgados. Ainda que a primeira leva da parceria tenha sido apresentada no desfile masculino do irlandês, as coleções serão sempre unissex.
O estilista, que também dirige o setor artístico da Loewe, foi procurado pela Converse para a parceria e nem pensou na possibilidade de recusá-la, já que é uma marca com a qual ele mesmo se identifica e que usa há anos. “É a primeira vez que estou empolgado em me projetar num produto, o que é estanho e novo para mim”, disse ao BoF. “A coleção é como um autorretrato íntimo. É como eu me vejo no verão ou como quero estar – é uma personagem de mim mesmo, um autorretrato do que eu sou e do que eu visto”, completa.
A colaboração marca a nova fase de expansão global da grife que leva seu nome, agora que está prestes a completar uma década. Pensando nisso, Anderson se concentrará numa abordagem mais pessoal, com produtos de nicho e colaborações com marcas globais, que possuem redes de distribuição e varejo muito maiores do que as de sua grife homônima – como a Uniqlo, outra parceria do estilista, que chega ao mercado ainda neste ano.
“Esta coleção é uma ruptura. Nós estamos indo onde nunca estivemos”, conta. “Com a J.W. Anderson, quero que as pessoas sintam que fazem parte de uma imagem global e não apenas de passarela. Continuo me percebendo jovem, mas quanto mais eu faço, percebo que a marca faz parte de uma imagem global”, arremata.