Alexander Wang, em sua loja em Nova York ©reprodução The Selby
Sempre quando ouvimos notícias que envolvem a exploração de funcionários por empresas do segmento de moda, são nomes como as gigantes Zara, H&M, Topshop, Nike e Puma os alvos das denúncias.
Desta vez, o foco está sobre um estilista de menos de 30 anos, o americano Alexander Wang, um dos mais festejados da cena em Nova York.
Filho de pai taiwanês, Wang está sendo processado em US$ 50 milhões através de uma ação judicial de cerca de 30 funcionários seus, segundo conta o “New York Post”. Eles alegam que Alexander e seu irmão Dennis violaram diversas leis trabalhistas, criando condições de trabalho cruéis e fazendo a equipe trabalhar em um local “sufocador” e “sem janelas”, conforme descreveu uma testemunha.
A queixa ainda diz que os funcionários eram obrigados a trabalhar 16 horas por dia sem direito a hora extra, resultando em problemas de saúde em parte dos trabalhadores. Um deles, Wenyu Lu, de 56 anos, disse ter sido despedido após reclamar das condições de trabalho. Seu advogado ainda contou que ele chegou a desmaiar após um turno ininterrupto de 25 horas. Lu disse que foi ameaçado de ser mandado embora caso não seguisse as ordens, que incluía tricotar à perfeição um par de calças de couro em apenas quatro horas. Lu diz que normalmente esse trabalho levaria 12 horas para ser feito.
Como pode um profissional jovem como Wang, que cresce na indústria em uma época de descobertas de trabalho escravo, repetir o feito de grandes companhias? Sua própria empresa deu um pulo de uns anos para cá e houve um investimento óbvio em sua marca, que ele insiste em dizer que é familiar.
Qual o tamanho de sua ambição ou pressão para que ele opte por esse caminho? Wang planeja abrir mais 15 lojas até o final deste ano, mas até lá muita água vai rolar. De queridinho a explorador, o estilista ainda não comentou o assunto oficialmente.