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    Exclusivo: chapeleiro Stephen Jones fala ao FFW sobre importância do “feito à mão”
    Exclusivo: chapeleiro Stephen Jones fala ao FFW sobre importância do “feito à mão”
    POR Augusto Mariotti

    Por Julie Segal, direto de Israel, em colaboração para o FFW

    Stephen Jones ©Julie Segal

    Milliner, ou chapeleiro, em português, é o nome de uma profissão que mais parece personagem de “Alice no País das Maravilhas” do que trabalho. Apesar de cada vez mais rara, ainda há algumas pessoas que se dedicam à arte de produzir chapéus e adereços para a cabeça, um processo manual e meticuloso.

    O britânico Stephen Jones é uma dessas poucas pessoas. No mercado de moda há mais de trinta anos, é apontado como um dos chapeleiros mais importantes da indústria e teve a princesa Diana como umas das mais fiéis clientes. Já colaborou e criou peças para estilistas como Vivienne Westwood, Jean Paul Gaultier, Marc Jacobs, John Galliano, Raf Simons, Jil Sander, Jeremy Scott, Giambattista Valli e para Alexandre Herchcovitch para a coleção de Verão 2013, inspirada no Boy George. Em sua recente visita a Israel para a inauguração de uma exposição de seus chapéus no Museu de Design de Holon, o FFW conversou com o inglês de currículo invejável e personalidade amabilíssima.

    Como o senhor se sente tendo suas criações expostas em um museu de design?

    Acima de tudo é uma grande honra! O prédio (Museu de Design de Holon, Israel) é incrível e o Ron Arad, arquiteto que o projetou, é um grande amigo meu. Eles têm feito várias exposições bacanas e o jeito como expuseram minhas peças ficou fantástico!

    Moda é arte?

    Sim, com certeza! Moda é também auto-expressão e às vezes pode ser arte, porque arte é o que você se imagina ser.

    Peças selecionadas por Stephen Jones para exposição no Museu de Design de Holon ©Julie Segal

    Chapeleiros, assim como alfaiates, são profissões raras atualmente. Nos dias de hoje fala-se muito em produção em massa e fast fashion; na sua opinião, qual o futuro destes profissionais, assim como da alta-costura e dos trabalhos manuais?

    Quando comecei, a profissão de chapeleiro também era raridade. Mas, por exemplo, na semana passada eu estive na China, que é provavelmente a maior produtora de fast fashion do mundo, e o que eles estão entusiasmados lá é em ter algo autêntico, real, feito à mão, porque para eles a produção em massa já não é mais tão interessante, eles querem algo legítimo, que tenha personalidade, que é o que eu faço.

    Qual é a importância do acessório no look?

    Acessórios são tudo! São os detalhes que são sempre importantes; você pode usar um vestido simples e adicionar um chapéu, uma bolsa incrível ou sapatos lindos e assim tornar o look contemporâneo.

    Ao trabalhar com estilistas, o senhor faz as suas próprias criações ou segue instruções passadas por eles? Como funciona o processo de criação?

    Trabalhar com os estilistas, seja o Raf Simons na Christian Dior ou o Marc Jacobs, é diferente em cada estação, não há fórmula. Às vezes tenho as ideias, às vezes são eles que as têm, mas essencialmente é uma colaboração.

    E como foi criar junto com Marc Jacobs no último desfile dele na Louis Vuitton?

    Foi incrível! Fiquei muito honrado, conheço Marc faz bastante tempo, mas ninguém sabia que ele iria sair. Ele não contou a ninguém, manteve o segredo, mas durante o desfile eu e as outras pessoas percebemos que a sua saída provavelmente aconteceria.

    Museu de Design de Holon ©Julie Segal

    *Julie Segal é autora do blog closet180.com

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