FFW inspirações: a admiração de Seba Orth por Werner Herzog

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Depois do editor de moda Paulo Martinez, da musa do burlesco Dita von Teese e da modelo Talytha Pugliese, é a vez do decorador e empresário Sébastien Orth, o Seba, contar aquilo que o inspira. Nascido no sul da França, chegou a São Paulo em 2005 e um ano depois inaugurou com sua esposa, a brasileira Karina Mota, a multimarcas Surface To Air.

O que te inspira?

“Gosto muito do trabalho de Werner Herzog, um cineasta alemão (nascido em Munique, em 1942). A filmografia dele é ótima, desde a escolha dos temas até a direção. Às vezes é documentário, outras ficção e às vezes até navega entre os dois mundos.

O cineasta Werner Herzog ©Reprodução

O que eu mais gosto dele é a forma como ele entende e representa a natureza humana. Herzog sabe trabalhar temáticas muito simples e explicar a absurdez das vontades humana, de querer fazer as coisas. Conheci seu trabalho ainda criança, quando vi ‘Nosferatu’ (1979), eu adorava filmes de terror.

Meu filme favorito de Herzog não é recente, é ‘O Enigma de Kaspar Hauser’ (1974). [O longa é a história de um jovem que viveu acorrentado num porão até a adolescência, longe de qualquer contato com outro ser humano. Quando foi levado à cidade, sem saber falar ou andar direito, vira objeto de curiosidade e desprezo da população]. Já de mais recente, gosto do documentário que ele fez sobre seu relacionamento com o ator Klaus Kinski, ‘Meu melhor inimigo’ (1999), dá pra perceber que é um filme que mostra uma visão bem íntima, dos sentimentos e da relação dele com o ator. Acho que esta obra traz muita informação sobre o trabalho dele.

Também gosto que os filmes são muito diferentes entre si, mas dá para notar uma assinatura única. É um trabalho muito variado e completo, mas sempre com um olhar próprio sobre a natureza humana. Ele inspira meu trabalho, principalmente pelo ‘jeito alemão’ de fazer as coisas, de ter uma certeza no que faz. Não é qualquer influência que vai fazê-lo mudar de ideia, ele não depende das tendências do momento. E eu tenho tentado trazer isso para minha rotina, de visão de longo prazo, de uma direção bem clara do que eu quero.”