Desfile da Cantão no Fashion Rio inverno 2011 ©Gabriel Cappelletti/Agência Fotosite
Quem chegava ao desfile da Cantão no Parque Lage, zona sul do Rio de Janeiro, se surpreendia não só com a natureza aos pés do morro do Corcovado, como também com as enormes esculturas de tecido espalhadas pelos galhos das árvores perto da passarela. Eram as obras da artista norte-america Maya Hayuk, convidada pela equipe de estilo da marca para criar estampas da coleção inverno 2011 e fazer a cenografia do desfile da grife no Fashion Rio inverno 2011.
Muralista, pintora e fotógrafa, Maya é reconhecida pelo trabalho com cores e já colaborou com artistas como M.I.A., TV on the Radio e The Beastie Boys.
Esta é a sua primeira vez no Rio de Janeiro? A cidade correspondeu as suas expectativas?
Esta é a minha segunda vez no Rio, terceira vez no Brasil _todas desde agosto de 2010. A minha vida toda eu tive vontade de vir para cá, porque eu sempre senti uma espécie de conexão com o lugar, que eu não consigo explicar exatamente. Todas as expectativas que eu talvez tivesse foram superadas e eu me apaixonei.
Como começou essa colaboração com a Cantão? Você já conhecia alguém da grife?
A Ludmila Bruscky (estilista da marca) viu meu trabalho em uma revista promovendo um evento da “Rojo Magazine” em São Paulo, no Museu da Imagem e do Som, e sentiu que nós estávamos pensando e trabalhando na mesma freqüência _e ela está certa.
E como foi o processo de criação para a Cantão?
Eu criei algumas pinturas grandes que dei para a Cantão, e a designer de lá as transformou em design têxtil que agora está sendo usado em grande parte da coleção. A equipe da Cantão veio para o meu estúdio no Brooklyn (em Nova York), onde o fotógrafo Vavá Ribeiro fez lindas imagens da modelo, Caroline Trentini, usando minhas pinturas como background. Então, para o desfile, eu trabalhei com a Helena Zollinger (a mesma designer da Cantão que trabalhou no meu design têxtil), e a artista Elisita Punto, do Chile, para criar uma atmosfera de mágica para o desfile de inverno. Eu fiz para as árvores esculturas de tecido e flores de cores intensas que ficavam penduradas nos galhos.
Como é a sua relação com a moda em geral? Você vê similaridades com o seu trabalho criativo?
É um só mundo criativo, na verdade. Minha relação com a moda neste patamar é muito nova e excitante. Eu já fiz muitos designs para camisetas, designs de tênis para a Reebok e pintei óculos para a Ray-Ban, mas este projeto com a Cantão vai muito mais fundo na arte da moda do que eu havia explorado anteriormente.
Você tem algum projeto em andamento em que devemos ficar de olho?
Eu volto para o Rio em abril para mais uma exposição com a “Rojo”, desta vez no MAM e também na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Eu vou trabalhar com as mesmas esculturas que eu criei para a Cantão, mas vou remodelá-las para um novo projeto e ideia… eu ainda não sei exatamente o quê.
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