Antes de completar 30 anos, Marcelo Sommer já era figurinha fácil no mundo da moda. Verdade que o negócio no Brasil estava apenas começando, ainda que por aqui gente como Dener, Clodovil e Zuzu Angel já haviam pintado e bordado. Mas o cenário abria-se recheado de possibilidades para os jovens plugados numa realidade recém-saída dos mercados alternativos.
Marcelo Sommer antes de se entregar à discotecagem © Priscilla Villariño/FFW
E Marcelo vinha com extensa bagagem: passou por Londres, onde cursou moda, deslanchou em grifes moderninhas e inovou ao propor novas linguagens para se comunicar com os consumidores finais. Foi além. Entrou nos presídios, capitaneou alguns auxiliares e reescreveu o manual do estilista.
Como criativo que é, deixou pra lá a parte burocrática da marca que se firmava como grande aposta do mercado. Entre os altos e baixos, ele não comenta decisões do passado. “Ficaram para trás”, avisa. Respira aliviado e redesenha suas mais recentes investidas. O que vem por aí? Certamente mais uma revolução.
Como você vê a moda brasileira hoje?
Acredito que a moda por aqui está ganhando mais força criativa e comercial.
O que esperar da sua parceria com a Riachuelo?
A coleção já está nas lojas. Eu aposto cada vez mais nesse tipo de parceria, que alia a informação de moda a preços acessíveis.’
Qual foi a motivação para alinhavar esta nova empreitada?
Eu já havia feito esse tipo de parceria anteriormente.
Trata-se da tal “democratização” da moda?
Sem dúvida, aí está uma tendência mundial!
Como você explica a sua atual coleção [Do Estilista]?
É uma coleção alegre e festiva, muito colorida, cheia de parcerias e licenciamentos.
Quais as suas referências e fontes de inspiração?
A cultura nômade, cigana e o universo folk.
Como é o Marcelo Sommer no dia a dia?
Ih, é melhor perguntar isso aos outros…
De onde veio o gosto pela música? E a discotecagem, quando começou no circuito?
Fui proprietário do extinto Pix Bar/ Bar Treze. Ali comecei a dar as minhas primeiras “ensaiadas”.
Sommer em momento DJ © Priscilla Villariño/FFW
Você foi um dos primeiros estilistas do país a vender a própria marca, que neste caso era o seu nome. Depois de tantos anos, como descreveria este episódio?
Acredito que o meu episódio deve servir como uma espécie de gabarito para as marcas que vieram a ser negociadas depois. Este caso foi resolvido e encerrado.
O fechamento da sua loja tem sido motivo de grande especulação. Pode falar sobre isso?
Sério? Não sabia… Mas porque será que o fechamento de uma pequena loja possa gerar especulação? Já tive várias lojas, e hoje estamos mudando o formato, a exemplo de várias outras marcas de sucesso que também não têm loja e vendem somente multimarcas. Estamos montando um site de vendas e iremos vender através de licenciados (como a Wrangler e a Ventura), e outras redes de todo o País, trabalhando mais com o design em si e recebendo royalties e comissões.
Há alguma novidade a caminho?
Várias!
Qual o futuro da marca Do Estilista?
Crescer e ficar forte.