Looks da Dior (à esquerda) e Chanel na temporada alta-costura Inverno 2012 ©ImaxTREE/FFW
Com a temporada de alta-costura Inverno 2012, que terminou recentemente, percebemos que as coleções são símbolos de novos tempos. Já se foi a época em que vestidos luxuosos e metros e metros de tecido deslizavam pelas passarelas mais exclusivas do mundo.
Hoje, a alta-costura parece estar mais para prêt-à-porter com peças usáveis até mesmo no dia-a-dia, como os ternos vistos na Dior, que marcou a estreia do belga Raf Simons na direção criativa da marca. Na Chanel, há calças, tops e saias possíveis de serem usadas com a maior facilidade. Em contrapartida, muitas coleções de prêt-à-porter estão ficando mais elaboradas, com uma pesquisa por novos materiais que resulta em texturas e acabamentos cada vez mais diferentes.
O casaco da Chanel que demorou 3 mil horas para ser finalizado ©ImaxTREE
As roupas de alta-costura aparentam ser mais simples sim, mas o precinho ó! Continua nas alturas, vendendo não só uma peça impecável, mas um símbolo de exclusividade que nem o mercado de luxo ostenta mais.
O preciosismo está na manufatura, no corte, nas técnicas e nos materiais usados. Especialmente na França há ateliers dedicados a esse mercado, com funções específicas: um tem expertise em bordados, outro em sapatos, outro em chapéus, em plumas e por aí vai. São horas e mais horas debruçados em uma única peça. Todo esse tempo e essa especialidade têm um preço, claro, e muitas marcas guardam suas técnicas a sete chaves.
Ainda assim, parte dos desfiles é dedicada à manutenção do sonho, vide os vestidos redondos da Dior, o vestido imenso que fechou a apresentação da Chanel ou a ainda coleção enxuta e impecável da Givenchy. Para o sonho ou para a realidade, é um universo que se apoia em uma palavra: a preciosidade.
Lindsey Wixson fecha a apresentação da Chanel ©ImaxTREE
__________________________________________________________________________________________
*Esta reportagem foi originalmente publicada na coluna semanal de Paulo Borges, na revista “Isto É Gente”