O estilista libanês Elie Saab ©Reprodução
Com quantos vestidos de Elie Saab se faz um bom tapete vermelho? Não há um número exato, mas é necessário que ele esteja bem representado para que o tapete em questão seja significativo da produção atual de alta-costura (elencamos os vestidos que gostaríamos de ver no Oscar no domingo e ele está entre os nossos escolhidos). Isso porque Elie Saab é o estilista que eleva a feminilidade a outro patamar. Conhecido pelos vestidos leves e esvoaçantes, que destacam a silhueta feminina, ele está sempre na lista das celebridades (bem-vestidas) de eventos como o Oscar e o Globo de Ouro. Suas criações parecem saídas diretamente de contos de fadas, feitas com materiais finos e bordados extremamente delicados. O desenho das peças costuma ser simples, sem exageros e dobras, mas aliado aos materiais preciosos e ao acabamento impecável resulta em uma sofisticação única, em uma passarela que sempre desencadeia o fator “uau”.
Alguns dos modelos do último desfile de alta-costura de Elie Saab, em janeiro deste ano ©ImaxTree
Elie Saab nasceu em 1964 no Líbano, e seu estilo é uma fusão dos estilos ocidental e oriental. Ele começou a costurar de uma forma inusitada: aos 9 anos começou a fazer roupas para sua irmã. Mesmo assim, a família se mostrou positivamente surpresa quando Elie mostrou um vestido listrado em azul e branco que havia costurado para ela. Já na adolescência, o estilista autodidata começou a vender suas criações para as vizinhas. Em 1981 ele se mudou para Paris para estudar moda, mas acabou voltando em 1982 para Beirute, onde abriu seu atelier. Aos 18 anos, Elie já tinha o seu próprio negócio e liderava uma equipe de 15 funcionários, que trabalhava na confecção de vestidos de noiva, que tinha como característica o uso de tecidos ricos, rendas, bordados detalhados, pérolas, cristais e fios de seda. Logo, ele deixou de vestir apenas as mulheres do próprio bairro para fazer vestidos para as mulheres da alta sociedade de Beirute.
Rainha Rania da Jordânia, que usou um vestido de Elie Saab em sua entronização, em 1999 ©Reprodução
Em 1997, Saab foi o primeiro estilista não italiano a se tornar membro da Câmara Italiana de Moda. Esse foi o gancho para que naquele ano ele lançasse uma coleção em Roma, a primeira fora do Líbano. Em 1998, ele deu início ao prêt-à-porter com um desfile em Milão. Mas o seu grande momento ainda estava por vir: em 1999, a rainha Rania da Jordânia usou um vestido de Elie Saab em sua entronização, momento máximo de sua carreira até então. O estilista foi convidado pela Câmara da Alta-Costura da França a desfilar na Semana de Moda de Paris em 2000. Ele ficou conhecido do grande público quando Halle Berry usou um vestido vinho no Oscar de 2002, ocasião em que recebeu o prêmio de Melhor Atriz. A partir disso, ele foi bombardeado com pedidos de entrevistas. No ano seguinte, Halle usou novamente uma criação de Saab no Oscar, um vestido dourado. Entre outras celebridades e modelos que já apareceram com peças do estilista estão Sandra Bullock (que escolheu um modelo preto para o Oscar 2013), Dita von Teese, Mila Kunis, Fergie, Doutzen Kroes, Jessica Biel, Karolina Kurkova, Kristen Stewart, Reese Witherspoon e Taylor Swift. A princesa Stephanie de Luxemburgo usou um modelo do estilista em seu casamento real em 2013.
Halle Berry usou Elie Saab no Oscar em 2002, quando recebeu a estatueta de Melhor Atriz, e em 2003 ©Reprodução
Sandra Bullock de Elie Saab no Oscar 2013 ©Reprodução
Outro marco importante em sua carreira foi quando começou a desfilar o prêt-à-porter em Paris, em 2006, com uma coleção Primavera/Verão. Desde então, a cidade tornou-se sua passarela permanente de prêt-à-porter. Nesta edição da Semana de Moda de Paris, seu desfile está programado para a segunda-feira (03.03), às 12h (horário de Brasília). Suas criações podem ser encontradas no mundo todo — são mais de 60 lojas espalhadas em 28 países, além da alta-costura, que pode ser adquirida na França e no Líbano — mas sempre vestindo integrantes da realeza e celebridades.