A Semana Fashion Revolution já tem data marcada neste ano: ela acontece de 20 a 26 de abril através de diversas ativações pelo Brasil. No ano passado, o Instituto Fashion Revolution realizou mais de 800 eventos.
Nesta edição, os temas que serão trabalhados são Composição, Condições de Trabalho, Ação Coletiva e Consumo. “Os temas representam uma visão sistêmica do problema e apontam possibilidades para que as soluções sejam trabalhadas”, diz Fernanda Simon, diretora executiva da organização.
Após questionarem “quem fez minhas roupas?”, frase que se espalhou pelos quatro cantos do mundo, o Fash Rev agora pergunta: do que são feitas minhas roupas?
A mensagem se baseia na questão do consumo global de moda que continua a ganhar velocidade em níveis insustentáveis na cultura de descartabilidade. Em todo o mundo são produzidas inúmeras roupas, a partir de materiais não sustentáveis, muitos dos quais acabam incinerados ou em aterros.
Um dos exemplos é o poliéster que, sozinho, representa cerca de 60% da produção global de fibras e utiliza cerca de 342 milhões de barris de petróleo por ano. Não é sustentável que a indústria do poliéster continue utilizando recursos virgens em sua produção. Desde a criação dessa fibra em 1941, a utilização do poliéster vem crescendo exponencialmente na indústria da moda, e ao considerar que essa fibra pode levar até 400 anos para se decompor, todo o poliéster produzido nos últimos 80 anos ainda existe em algum lugar do planeta. Tendo acesso a esses dados hoje, é inacreditável como nunca pensamos nisso antes.
Outra questão extremamente importante é a condição de trabalho a que muitos profissionais são subordinados. Segundo o Instituto, há mais pessoas escravizadas hoje do que nunca antes na história. Milhões de pessoas são forçadas a trabalhar, com baixos ou nenhum pagamento, e sob ameaças e violência. Por isso também que ações coletivas são incentivadas pelo Fashion Revolution: o que não se pode alcançar sozinho, pode ser defendido coletivamente. As pessoas que fazem as roupas estão mais aptas a conseguir melhores salários e condições quando têm uma voz coletiva no local de trabalho.
“O Fashion Revolution prega que é necessário repensar todo o sistema, passando de um modelo construído sobre o consumo excessivo e a descartabilidade para um modelo circular, onde os materiais e produtos podem ser utilizados por muito mais tempo”. A programação será divulgada em breve.
#DoQueSãoFeitasMinhasRoupas