A Semana Fashion Revolution começa nesta segunda com ações digitais e presenciais em diversas cidades do Brasil. O evento acontece de 18 a 24 de abril, datas sempre próximas ao aniversário do colapso da fábrica Rana Plaza.
Para quem não sabe, o Fashion Revolution é o maior movimento ativista de moda do mundo, com o objetivo de reimaginar coletivamente um sistema de moda justo e igualitário para as pessoas e o planeta.
A cada edição, um tema principal permeia os assuntos, estudos e propostas da ações criadas pela extensa rede de colaboradores da plataforma. Desta vez, eles trazem um tópico extremamente necessário, que é Dinheiro, Moda e Poder e se baseia no conhecimento de que “a indústria da moda convencional depende da exploração do trabalho e dos recursos naturais. A riqueza e o poder estão concentrados nas mãos de poucos, ao passo que o crescimento e lucro são visados acima de tudo. Grandes marcas e varejistas produzem rápido demais e nos manipulam dentro de um ciclo tóxico de consumo excessivo. Enquanto isso, a maioria das pessoas que fazem nossas roupas não recebem o suficiente para atender às suas necessidades básicas”, diz o comunicado de lançamento da Semana Fashion Revolution.
Para a gente, que acompanha esse movimento desde o início, tanto enquanto mídia, quanto como consumidores, estão claras as artimanhas da indústria, mas o Fashion Revolution está quase entrando seu décimo ano e precisa continuar sua missão de levar informações relacionadas ao impacto ambiental e social da moda ao maior número de pessoas possível. E também pedir transparência das marcas e empresas, que muitas vezes omitem e mascaram informações que poderiam influenciar uma tomada de decisão na hora da compra.
Para Orsola de Castro, cofundadora e diretora criativa global do Fashion Revolution, “À medida que entramos no nosso 9° ano, voltamos ao nosso tema central, expondo as profundas desigualdades e abusos sociais e ambientais nas cadeias produtivas da moda. Da distribuição desigual de lucros até os itens produzidos em excesso e descartados facilmente, passando pelos desequilíbrios de poder que são avessos à inclusão”.
Ao mesmo tempo, o evento tem ao seu lado novos designers, pensadores e profissionais de todo o mundo que estão desafiando o sistema com soluções e modelos alternativos. Assim, ao longo da semana, marcas e consumidores são incentivados a mudar a lógica do crescimento infinito e a compreender o verdadeiro valor do que compram. No Brasil, as campanhas #ModaSemVeneno e #Canhamoérevolução promovem informações e conteúdos para que a produção de fibras seja repensada.
A programação tem palestras, bate papos e oficinas que abrangem assuntos como fashion law, inclusão, memória, política, upcycling, entre muitos outros temas relevantes e contemporâneos. Você pode acompanhar a programação completa pelo site Semana Fashion Revolution.
“A Semana é um convite para todos fazerem parte da revolução, usando este momento como um espaço de trocas, aprendizados e questionamentos, para que assim, seja impulsionada a tão urgente mudança que precisamos no nosso setor e na nossa sociedade”, finaliza Fernanda Simon, diretora da organização no Brasil.
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Aqui tem a pasta pública Semana Fashion Revolution 2022 com informações, templates para postagem e ideias de como você pode ajudar.
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