A inglesa Marks & Spencer estabeleceu, em 2007, que em 7 anos se tornaria a varejista mais ecologicamente sustentável do mundo. Boa parte da estratégia é comprometer-se a usar 25% de algodão, a fibra mais usada pela empresa, provindo de fontes sustentáveis.
Apesar de ser a M&S a maior compradora de algodão Fairtrade (o comércio justo) do planeta, a fibra ainda é apenas 4% do algodão utilizado por ela – o principal motivo é o selo, que pode levar muito tempo para sair e não pode ser costurado na China.
“Estamos aprendendo outros jeitos de produzir algodão sustentável que podem complementar o Fairtrade e agir de maneira mais intensa e rápida”, disse Krishan Hundal, diretor de tecnologia de roupas e tecidos para casa da marca.
O algodão Fairtrade da Marks & Spencer ©WGSN/Reprodução
Um outro jeito está na Better Cotton Initiative (BCI), apoiada pelo WWF e utilizada por outros varejistas como Gap, H&M e Ikea. O esquema trabalha com fazendeiros para diminuir a quantidade de pesticidas, água e fertilizantes sintéticos usados na plantação.
A própria M&S custeou um teste em Warangal, na Índia, onde 1500 fazendeiros produziram 600 toneladas de algodão orgânico em dois anos, que serão utilizados pela primeira vez em uma camisa masculina da marca em 2010. Espera-se que os fazendeiros recebam em breve um selo da BCI.
O algodão Fairtrade da Marks & Spencer ©WGSN/Reprodução
Outro caminho é o algodão reciclável que, embora ainda nos primeiros estágios de desenvolvimento, é promissor: o WGSN diz que as primeiras duas linhas de jeans feitas com esta fibra são praticamente idênticas aos jeans comuns em termos de qualidade.
Mark Sumner, especialista em algodão da M&S, diz que a empresa aspira a fechar o ciclo e reaproveitar toda a fibra que restou no processo de produção, mas avisa que há limites: “o algodão reciclado não é para as camisetas mais puras do mundo, e consumidores não dirão: ‘este é um produto verde, então vou deixar a qualidade pra lá.'”