John Galliano em entrevista ao Canal Plus, da França ©Reprodução
John Galliano fez sua primeira aparição na TV francesa desde 2011, quando foi demitido da Dior, reportou o “WWD”. Em 2013, ele participou do programa de Charlie Rose, na TV americana.
Galliano deu uma entrevista à apresentadora Maïtena Biraben, do noticiário Le Supplément, no Canal Plus. Na ocasião, disse que está no meio de um processo de “retorno à criatividade”, citando seu papel como diretor criativo da rede de perfumaria russa L’Etoile e como mentor de quatro estudantes da Central Saint Martins, em Londres. Quando questionado se gostaria de voltar à moda como estilista, ele apenas respondeu: “Vamos passo a passo.”
Assim como aconteceu na entrevista que deu a Rose, o programa exibiu um vídeo mostrando a confusão que causou em um café parisiense que resultou em sua demissão e sua saída do mundo da moda. Sério, diz que esse episódio acabou por salvar sua vida. “Eu estaria morto agora. O lado positivo: há apenas uma direção e ela é para cima. Impossível ir ainda mais para baixo do que isso”. E mais uma vez afirmou que não é racista. “Eu não posso convencer a todos e sei que algumas pessoas jamais me perdoarão. Eu entendo. Mesmo assim tenho tentando me aproximar de pessoas que magoei para me desculpar. Faz parte da minha recuperação.”
Uma dessas pessoas é Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH, que teria se recusado a atender seus telefonemas. “Estou esperançoso. Espero um dia poder visita-lo e explicar o que aconteceu.”
Galliano encerrou homenageando seu parceiro, Alexis Roche, que sempre ficou ao seu lado, e diz que está mais feliz do que nunca. “Eu tinha tudo e era infeliz. Hoje, posso dizer que sou feliz. Apesar de ter perdido muito, eu também ganhei um monte. Estou vivo e tive a chance de trabalhar os meus problemas. E eventualmente, quando eu voltar para a indústria de moda, saberei que a indústria não mudou, mas eu mudei minha perspectiva sobre ela.”