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    Caiu na rede…
    Caiu na rede…
    POR Redação

    Será que o tuiteiro pode ser considerado profissão? ©Reprodução

    Em março deste ano o Twitter completou seis anos de existência. Hoje é o oitavo website mais acessado do mundo, com a medalha de prata nas redes sociais, perdendo somente para o Facebook. São mais de 140 milhões de usuários – cerca de 33 milhões são brasileiros – produzindo diariamente 340 milhões de tweets e realizando 1.6 bilhão de pesquisas em sua ferramenta de busca. Tudo isso construído em cima do minimalismo de se expressar usando apenas 140 caracteres. No entanto, como está escrito na descrição do próprio site, “não deixe o pequeno tamanho te enganar”.

    No Brasil, o perfil dos usuários mais influentes vai de jogadores de futebol a fotógrafos, fashionistas a ex-BBBs, estilistas a humoristas e, é claro, marcas e produtos. Com um número de seguidores na casa dos milhões, um simples tweet de 140 caracteres atinge outras proporções; e visibilidade é dinheiro. Rafinha Bastos (@rafinhabastos) disse em entrevista ao site Wired.com, em março de 2011, que já chegou a ganhar US$ 4 mil por um único tweet. Na época, uma pesquisa do Twitalyzer apontou que o twitter do humorista brasileiro era o mais influente do mundo. O indicativo analisou não somente o número de seguidores, mas também o número de vezes que o perfil era mencionado por outros usuários.

    No entanto, um dos vários fatores que diferem o twitter – ou talvez a internet em si – de qualquer outro ambiente com visibilidade é o surgimento de celebridades da web, sejam elas reais ou personagens. É o caso de perfis como @Katylene, @Cleycianne, @OCriador, @pedreiro_online, @HugoGloss e @pecesiqueira. Tão diferentes em termos de origem, conteúdo, tamanho e proposta, estes twitters representam alguns dos inúmeros perfis que são capazes de fazer – e fazem – dinheiro por sua influência, sendo que alguns deles têm isto como principal fonte de renda e consideram o meio um instrumento de trabalho. Mas tuiteiro é profissão? “O tuiteiro apenas presta serviços emprestando sua imagem, credibilidade e, em muitos casos, capacidade criativa para a marca contratante”, explica Pablo Sanchez (@negobao), gerente de projetos em mídias digitais, que complementa dizendo que “o Twitter é só mais um ambiente”. Já o dono de um perfil com quase 1 milhão de seguidores pensa que “o twitter dá dinheiro hoje em dia porque as marcas pensam que fazer um tweet pago é relacionamento online e marketing de vanguarda. Não é.”, diz. Além disso, chegou até a ressaltar o ponto de que a maior parte dos negócios realizados são ilegais, já que são poucos os tuiteiros que possuem empresa e emitem notas fiscais pelos serviços prestados.

    Top 10 + seguidos do Brasil: apesar de estudos apontarem que o número de seguidores não é a melhor maneira de medir influência, os números ainda impressionam – Imagem tirada do TweetRank

    No ponto do valor de um tweet ou campanha, também não há nada regulamentado. Beto Siqueira (@betosiqueira), irmão de PC Siqueira (@pecesiqueira), comenta que “se você não tem um bom agente que possa negociar e saber quanto cobrar profissionalmente, nada acontece. Troca-se tweets por produtos, contatos, mas o valor real nunca é pago”. Mas quanto vale um tweet? Pablo Sanchez acredita que o mercado ainda está assimilando as mídias digitais. “Quanto vale uma divulgação de uma pessoa bonita com dois mil seguidores de interesses variados? E quanto vale a de um conhecido profissional com o mesmo número de seguidores, mas especializado em um segmento? É preciso fazer uma investigação prévia. Isso significa examinar cuidadosamente o público-alvo do prestador de serviços.”

    Outra dúvida interessante também pode ser levantada sobre o assunto. Como estas pessoas conseguiram tanta influência? Tirando o fato de algumas delas terem o twitter aliado a blogs ou vídeos que fizeram sucesso, ou mesmo à sua própria figura pública, a conquista de uma voz forte no twitter é uma questão de sorte ou visão? O nosso perfil anônimo de 1 milhão de seguidores comenta que entrou no twitter por curiosidade de saber como a ferramenta funcionava. “Criei o perfil porque queria fazer uma gracinha na internet. (…) continua sendo uma brincadeira, mas que agora dá dinheiro”. Já Beto Siqueira diz que fez o twitter assim que ele surgiu, “totalmente por diversão, e as pessoas passaram a seguir e comentar o que eu falava. (…) Mas desde que notei que muitas pessoas me seguiam, comecei a ‘cultivar’ esses seguidores soltando mais tweets, interagindo, lendo e retuitando coisas engraçadas que me escreviam, principalmente sendo impertinente; quanto mais impertinente, mais as pessoas gostam”. Pablo fecha o assunto dizendo que “cada rede social, ou site de relacionamento, tem seus recursos de interação. É necessário talento para percebê-los e conhecimentos específicos para conquistar audiência e mantê-la interessada. Então não se trata apenas de sorte.”

    Sorte ou visão, o fato é que o Twitter, enquanto ambiente de publicidade, é um dos principais meios para se realizar campanhas online, sendo indispensável para qualquer marca ou produto. O que vocês acham a respeito?

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