Steve Jobs anunciou nesta quarta-feira que deixará seu cargo de CEO na Apple © Reprodução
Há menos de um mês descobrimos que a Apple sozinha vale 76,2 bilhões de dólares, quase 3 bilhões a mais que todo o saldo operacional do tesouro no governo norte americano. Também vimos a apresentação do projeto de sua nova sede em Cupertino, que tem pretensões de se tornar o maior escritório corporativo não-governamental do mundo. Após perder a corrida dos microcomputadores para a Microsoft na década de 90, a empresa de Steve Jobs deu a volta por cima, se tornando a marca mais valiosa do mundo em 2010, pelo ranking da Forbes. Então por que qualquer CEO deixaria tudo isso de lado? Na verdade, não é bem assim que a história deve ser contada. Antes de qualquer coisa, não é a primeira vez que Steve Jobs deixa a liderança da Apple. Em 1984, Jobs foi retirado da companhia, em plena guerra não tão fria contra a Microsoft, para voltar ao topo da empresa somente em 1996. O que ele fez neste período? Plantou duas sementes: fundou uma empresa focada em computadores acadêmicos e voltados para o mercado financeiro, chamada NeXT, e comprou uma tal de The Graphics Group, que mais tarde viria a mudar o nome para Pixar, dispensando apresentações. Em 1996, a Apple decidiu comprar a NeXT e trazer seu criador de volta à casa. O resultado disso tudo foi o surgimento do Mac OS X, uma evolução de um dos sistemas operacionais produzidos pela NeXT. Desde sua volta até hoje, tudo o que vemos relacionado ao nome Apple pode ser traduzido como um sinônimo de sucesso e referência para o mercado: iMacs, Macbooks, iPhones, iPads, iTunes, etc.
Mosaico de Steve Jobs, feito com os produtos da Apple © Reprodução
Apesar de tantos hits, muitas das notícias que vimos nos últimos anos eram mais relacionadas à saúde de Steve Jobs. Após lutar contra um câncer no pâncreas em 2004 e de ter feito um transplante de fígado em 2009, Jobs entrou em licença médica desde janeiro deste ano. O cansaço devido à pressão da mídia o levou a escrever um e-mail aos seus funcionários, dizendo que “infelizmente, a curiosidade a respeito da minha saúde continua sendo uma distração não só para mim e a minha família, mas também para todo mundo na Apple”. Pouco se sabe sobre seu atual estado de saúde, que claramente deseja manter em segredo, mas toda essa pressão sobre sua vida pessoal resultou na entrega de sua carta de demissão: “Eu sempre disse que se chegasse um dia em que não conseguisse mais realizar minhas tarefas de acordo com as expectativas de um CEO da Apple, eu seria o primeiro a avisá-los. Infelizmente, este dia chegou”. Mas isto não significa uma aposentadoria; Jobs ainda continuará a participar das atividades da empresa, mas como chairman, presidindo as reuniões e medindo as decisões do conselho administrativo.
Tim Cook, novo CEO, indicado por Jobs para a Apple © Reprodução
A Apple entra agora na era Tim Cook, antigo diretor de operações e funcionário desde 1997, que talvez demore para atingir o carisma e capacidade criativa de Steve Jobs. Talvez isto aconteça amanhã, ou nunca. Talvez Jobs retorne firme e forte, com brilhantes projetos, como já fez anteriormente. Tais incertezas fizeram com que as ações da Apple caíssem 5% desde quarta-feira, mas também fez com que “Apple”, “Steve Jobs” e “Tim Cook” tomassem o topo do ranking nos assuntos mais falado da semana e provavelmente pelo resto do ano. A única coisa que podemos fazer é agradecer a Jobs pelas excelentes contribuições que fez ao mundo da tecnologia e entrenimento, além de torcer para que as próximas notícias a respeito de sua saúde sejam positivas.