O desejo por novas texturas, matérias, acabamentos e modelagens é a alma da marca Paula Raia, assim como a busca por processos manuais, realizada durante o desenvolvimento de cada coleção. E a estilista garante que seu Verão 2016 não será diferente: o foco da novidade está mais uma vez no trabalho artesanal. “Será uma evolução natural do que foi apresentado no SPFW Verão 2015”, revela.
Com styling de Mauricio Ianês, trilha de Max Blum, beleza de Ricardo dos Anjos e direção de Augusto Mariotti, o próximo desfile da grife, sempre um dos mais disputados do calendário, está marcado para a próxima terça-feira (14.04), às 10h, na casa de Paula, em São Paulo.
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Apesar de considerar o desfile como uma maneira “importante de mostrar para imprensa e clientes a imagem da coleção”, Paula não se sente na obrigação de seguir o rigor do calendário de lançamento das coleções. A estilista é adepta de um ritmo próprio, que não acompanha a aceleração que tomou conta da indústria, com os lançamentos semanais das fast fashion e os oito desfiles anuais realizados pelas grandes maisons. “A marca é o meu universo intuitivo e criativo”, explica. “Tem muito de mim, da minha forma de ver e sentir o mundo. É slow fashion, como acho que a vida deveria ser.”
Essa corrente tem Azzedine Alaïa, um dos estilistas mais respeitados do mundo, como um de seus maiores expoentes. Em uma época em que os designers são mais diretores gerais do que criativos, Alaïa ainda é um costureiro que corta seus tecidos e faz as roupas com suas mãos. Para Paula, esse jeito mais vagaroso de se fazer moda representa, acima de tudo, uma nova consciência ambiental e social. Trata-se, segundo ela, do “resgate de alguns valores e processos fundamentais e, principalmente, de dar mais impulso para o exercício criativo”.
E engana-se quem pensa que o slow fashion faz com que a marca raramente tenha novidades em suas araras. Para Paula, é tudo uma questão de adaptação, pois ela consegue levar todo mês novidade às suas consumidoras com pequenas coleções, que chegam tanto à loja própria em São Paulo, quanto às 14 multimarcas físicas e virtuais. “Construímos uma relação de muita confiança e parceria com as clientes”, conclui a designer.
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