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    Por que giorgio Armani continua a ser tão relevante?

    Em seu aniversário destacamos os momentos cruciais da carreira do estilista italiano.

    Por que giorgio Armani continua a ser tão relevante?

    Em seu aniversário destacamos os momentos cruciais da carreira do estilista italiano.

    POR Vinicius Alencar

    Na comuna de Piacenza, em 11 de julho de 1934, nascia Giorgio Armani que comemora 90 anos este ano, 2024. Visto por uma nova geração como um mero senhor que se dedica ao ofício da costura, Armani é, na verdade, um nome crucial quando pensamos em moda. A sua mestria não é pirotécnica, tampouco suscetível mudanças e algoritmos, tendências semestrais ou trends que surgem e ressurgem com a duração de um story. 

    A sua visão de moda é – usando o elogio onipresente nessa rede: “cirúrgica”. E com fundamento: Giorgio se formou em medicina na Universidade de Milão e, talvez, venha daí a sua exatidão, parcimônia e linearidade. Da sua formação trouxe para a moda a discrição, a credibilidade e um certo grau de confiança. Pois, independente do que acontecer: o corte, a elegância, a sofisticação sempre estarão ali. Num mundo sazonal, o nome que faz o atemporal realmente ter certo sentido, com coesão e coerência. 

    Que renasce

    Insatisfeito com a medicina, Armani começou sua carreira como vitrinista (ou visual merchandiser como hoje referimos) da centenária loja de departamentos milanesa La Rinascente. Ali começou oficialmente sua relação com a moda.

    1975

    O mundo estava em estado de puro hedonismo, Saint Laurent propunha smoking com seios à mostra, Halston decotes vertiginosos, Valentino opulência. Então discretamente ele abre sua marca homônima e faz a primeira apresentação – sendo focada no masculino e não no feminino. Em comum entre elas? Os materiais nobres e a cartela “sem cor”. 

    “Greige”

    O termo que une “grey” (cinza) e  “beige” (bege) foi durante os primeiros anos onipresente nas críticas aos seus desfiles. Se exuberância definia Versace, elegância definia Armani. 

    seu impacto na indústria do cinema

    A relação do italiano com a sétima arte é bem estreita: Diane Keaton imortalizou a imagem da mulher numa alfaiataria menos marcada e quase masculina – Annie Hall viria a se tornar um símbolo. Observador, percebeu que estar presente no Oscar lhe daria uma enorme visibilidade, se tornando um dos primeiros estilistas a ver premiações como uma ferramenta de marketing e difusão. 

    Efeito Gigolô

    Em 1980, em Gigolô Americano protagonizado por Richard Gere, fez o sobrenome italiano estar na boca de toda a América. De atores a técnicos de times de basquete, todos eram fotografados com ternos Armani. 

    De repente… alta-costura

    Em 2005, quando completou 30 anos de carreira, em meio a inúmeras linhas de difusão e flagships ao redor do mundo, muitos acreditavam que Armani envergaria por um caminho mais comercial e popular, quando, não mais que de repente, ele anuncia que ingressaria na alta-costura com sua linha Armani Privé, favorita da premiada atriz Cate Blanchet.

    Onisciente, onipresente

    Armani Hotel, Armani Silos, Armani Dolci… hotelaria, galeria de arte, doces, perfumes, festivais de cinema, cosméticos, uniformes para times esportivos. Do tênis ao vestido com mais de cinco dígitos, é difícil não achar um lugar que ele não esteja presente, seja fisicamente, seja pelo imaginário. 

    À prova do tempo

    “Minha grande luta é com o tempo”, disse ele em uma entrevista recente à CNN, e quando o tempo é o inimigo, você não quer ceder a ele. Mas Armani dá seu jeito, consegue propor uma imagem que supera o crono, sendo envolvente independente do espaço-tempo. 

    Quiet luxury antes de ser tendência

    Antes mesmo do termo ser cunhado e popularizado, Giorgio já seguia esse modus-operandi: materiais nobres, cores neutras e, qualidade, acima de tudo. Se o logo e seu nome aparece em silks dourados nas linhas de difusão, na principal seu esmero surge no corte milimetricamente executado. 

    futuro e sucessão

    Com certa frequência surgem vídeos de Armani arrumando vitrines e detalhes de suas lojas com as próprias mãos. Cena que alimenta a sua fome voraz pelo fazer, mas um fazer que tem sua identidade e literalmente o seu toque. Com uma fortuna avaliada em 9 bilhões de dólares e junto com os boatos de sua aposentadoria, uma competição entre LVMH, Exor (da família Agnelli) e Mayhoola (que já deteve Valentino e tem em seu portfólio nomes como Balmain), mas que assim como Armani são discretas e silenciosas. 

     

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