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    Símbolos de status serão substituídos por experiências de status e + dados sobre o novo luxo
    Loja pop-up da Louis Vuitton / Reprodução
    Símbolos de status serão substituídos por experiências de status e + dados sobre o novo luxo
    POR Camila Yahn

    Nesta semana aconteceu mais uma edição do LuxuryLab, summit lançado em 2011 no México e que hoje é um dos principais eventos para o mercado de luxo na América Latina.

    Entre os destaques da programação, vale mencionar Fflur Roberts, Global Head of Luxury Goods Research do Euromonitor International, que abriu o evento. A Euromonitor é uma das mais conhecidas empresas de consultoria e estratégia, constantemente ouvida em matérias e artigos sobre a indústria de luxo global.

    Com o tema The New Shape of Luxury, Roberts trouxe dados deste segmento voltados para o Brasil, com dados sobre a economia do país e as possibilidades que existem nos setores de wellness, gastronomia, viagem e experiência.

    Fflur Roberts no LuxuryLab Brasil / Foto Samuel Chaves

    Fflur Roberts no LuxuryLab Brasil / Foto Samuel Chaves / Cortesia

    Segundo a especialista, após dois anos de queda, o país dá alguns sinais de recuperação. Ela lembra que o Brasil – maior mercado da América Latina – ficou em 85º lugar entre 102 países no ranking Ease of Doing Business de 2018. A expectativa é que o número melhore a partir de 2019.

    Ela diz que São Paulo, Rio e Belo Horizonte experimentarão alguns dos maiores ganhos em crescimento econômico  até 2023 em comparação ao período de cinco anos anterior a 2018, que viu as cidades serem sobrecarregadas pela estagnação econômica.

    Perguntada pelo FFW se um crescimento estável é possível sem uma educação de qualidade para a população, Fflur responde: “o melhor cenário para qualquer país crescer é através da educação, criatividade, acesso a saúde e um cuidado com o meio ambiente e a sustentabilidade de suas comunidades. Sem educação, um país será sempre dividido e a desigualdade e o populismo apenas crescerão”.

    “Sem educação, um país será sempre dividido e a desigualdade e o populismo apenas crescerão”, Fflur Roberts, Euromonitor

    Em sua apresentação, a executiva mostra um mercado gigante para o segmento de wellness, fenômeno que vem se formando há alguns anos. Segundo a Euromonitor, o Brasil está em 6.º lugar no ranking global de gastos com o mercado de Health & Wellness, ou seja, é o 6.º maior mercado do mundo para este segmento e movimentou US$ 3 bilhões em 2018.

    Entrando mais a fundo na pesquisa, ela revela que, para o consumidor, a percepção de saudável tem a ver com: 1) bem estar mental, 2) sentir-se bem e 3) bem estar emocional. 

    Isso tem uma conexão direta com outras duas grandes tendências apontadas por Fflur: a ascensão do consumidor consciente e a preferência por experiência sobre a compra de um produto. Cada vez mais, símbolos de status serão substituídos por experiências de status. 46% já prefere viver uma experiência do que comprar uma coisa. 

    No setor de turismo, essa é uma conta que parece muito mais fácil de vencer, já que viagem é uma reunião de experiências por si só. Roberts menciona lugares como o Sheldon Chalet, no Alasca, onde você só chega de helicóptero e o celular não pega, e o Belmond Hotel das Cataratas, que fica dentro do parque em Foz do Iguaçu.

    Já a indústria da moda terá que quebrar a cabeça para oferecer cada vez mais experiências para engajar o consumidor. “65% dos entrevistados acha que o desenvolvimento da experiência do consumidor é a parte mais importante do negócio no futuro próximo”, diz Roberts, complementando que 90% dos entrevistados quer experiências únicas e com curadoria.

    Pergunto a ela como as marcas de moda podem ter um resultado positivo nessa equação se o seu produto final é uma “coisa” e não uma experiência? “Oferecendo o melhor serviço e atendimento ao cliente”, diz. Ela ainda menciona “empatia, personalização e se manter verdadeiro e honesto com a herança e a cultura da sua marca”. E se você optar por oferecer uma experiência dentro da loja, ela também precisa ser verdadeira e não apenas “fazer por fazer”. 

    “Sua marca tem que ter empatia, personalização e se manter verdadeira com sua herança e cultura”

    Uma dessas experiências pode ser, desde a que proporciona a Prada com sua fundação de arte, até um lugar de aluguel de roupas, mercado que ela diz que cresce cada vez mais, acompanhando a mudança de hábitos e comportamento da geração Z, que quer mais experiência e menos produtos. Para ela, a “upsell economy”, que extende a vida de um produto com uso, reuso e reciclagem, é um mercado muito promissor. Como exemplo, Fflur destaca aqui o Rotarity, a primeira plataforma de aluguel de streetwear de luxo nos Estados Unidos.

    Página do Rotarity / Reprodução

    Página do Rotarity / Reprodução

    O estudo também aponta que 70% se preocupa com as mudanças climáticas e 33% no Brasil se sente melhor comprando produtos conscientes (51% da população global diz o mesmo). Ou seja, de novo, está tudo conectado. É um novo mindset que surge e que deve direcionar o mercado. 

    Conclusões

    Marcas de luxo estão encontrando inspiração na mistura de formatos, abraçando a sustentabilidade e oferecendo bem estar e aventura.

    O novo luxo foca em entregar o que o consumidor verdadeiramente quer. É intuitivo, personalizado, high tech e high touch.

    A experiência e sua percepção se tornará uma parte mais crítica da equação. O digital terá um papel de liderança nessa transição. O Brasil tem 70% de sua população online, com 207 milhões de assinaturas de celular.

    Inteligência Artificial, robótica e block chain estão entre as tecnologias que passarão a ser mais vistas e usadas em cinco anos.

    Ainda assim, estabelecer  e manter a empatia vai aumentar em importância. Nenhuma tecnologia pode substituir o elemento humano. 

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