FFW
newsletter
RECEBA NOSSO CONTEÚDO DIRETO NO SEU EMAIL

    Não, obrigado
    Aceitando você concorda com os termos de uso e nossa política de privacidade

    A Chanel ainda vale o preço que cobra?

    Com algumas das bolsas mais cobiçadas do mercado de luxo, a marca enfrenta críticas por uma aparente queda na qualidade de seus produtos e aumento dos seus preços.

    A Chanel ainda vale o preço que cobra?

    Com algumas das bolsas mais cobiçadas do mercado de luxo, a marca enfrenta críticas por uma aparente queda na qualidade de seus produtos e aumento dos seus preços.

    POR Julia Lange

    Segundo dados divulgados pelo conglomerado de luxo LVMH (que é dono de marcas como Dior, Tiffany e Louis Vuitton) houve um aumento de apenas 3% nas vendas do primeiro trimestre de 2024 numa base orgânica, confirmando os receios de que a procura por itens do mercado de luxo se manteria bem abaixo do esperado. O resultado fez do primeiro trimestre o trimestre mais lento da LVMH desde 2020. A notícia foi divulgada cerca de um mês depois do principal grupo rival, a Kering, ter reportado que sua receita do primeiro trimestre de 2024 provavelmente teria uma queda de 10%, incluindo uma queda de 20% nas vendas da Gucci (sua principal marca). São exatamente as peças de couro as que mais sofrem quedas, impactando diretamente os resultados desse mercado, que, cada vez mais, volta seus esforços ao consumidor mais top, que não têm seu padrão de compra afetado por fatores como a inflação, desaceleração econômica mundial e aumento dos preços.

    Na medida em que o mercado de luxo é impactado pelas fortes crises econômicas globais, suas principais marcas como Hermès e Chanel também focam nesses clientes, que realmente respondem pela maior porcentagem de venda dos produtos. Entretanto, críticas cada vez mais constantes têm questionado a qualidade – que deveria ser um dos grandes diferenciais – das peças, cujos preços permanecem aumentando.

    A campanha com Brad Pitt e Penélope Cruz e o ‘Luxo Absoluto’

    Brad Pitt e Penélope Cruz estrelaram a última campanha da marca francesa, num curta que recria cenas do filme “Um Homem e uma Mulher”, de Claude Lelouch, de 1966, incluindo uma sequência icônica em que os amantes jantam com uma bolsa Chanel entre eles. Reforçando todos os códigos que respiram o DNA da marca, como o material acolchoado e o fecho em duplo C, o vídeo foi pensado exatamente para relembrar aos clientes o que eles estão adquirindo ao comprar uma Chanel: em valores, algo em torno de 10 mil euros, o maior preço registrado em toda a história da marca.

    Em entrevista exclusiva ao Business of Fashion, o diretor de moda da Maison, Bruno Pavlovsky, afirmou que “Sentimos que precisávamos reafirmar esta bolsa [Classic Flap], que é muitas vezes criticada pelo seu preço, pelo seu posicionamento, mas que ainda é a bolsa que personifica mais completamente a nossa marca. Nós estamos nos posicionando como uma Casa de luxo absoluto”.

    As críticas crescentes à qualidade

    A grande novidade na equação é a onda crescente de críticas à qualidade do produto: nos últimos meses, houveram reclamações desde costuras tortas a tiras de couro de bezerro rasgadas e ferragens soltas ou que mancham rapidamente, levando alguns compradores a questionar se uma das marcas mais caras do mundo ainda vale o preço que cobra.

    No TikTok, a usuária Abigail Goodman fez um vídeo em que literalmente entra em uma loja da Chanel e filma alguns produtos, em suas palavras “inacreditáveis”. Ela mostra mais de cinco pares diferentes de sapatos, dos chinelos aos icônicos slingbacks, e aponta falhas “graves” nas confecções. Má costura, falhas no padrão de algumas estampas, letras que estavam se soltando e até mesmo buraquinhos em uma trama na sola de um par. No fim da filmagem, ela diz “depois de tudo isso, vou mostrar quanto custa o mais barato desses modelos. [mais de 1000 dólares] Pois é…”.

    Lucros aumentando

    O fato é que mesmo com tantas reclamações, a Chanel continua lucrando – e muito! As vendas aumentaram 17% em 2022, chegando a 17 bilhões de dólares e Pavlovsky disse que “o desempenho financeiro na divisão de moda tem sido absolutamente excepcional”. A respeito das críticas e vídeos virais no TikTok, ele afirmou, também ao BoF: “A qualidade está sempre no centro das nossas preocupações. Não somos perfeitos. Mas estamos realmente trabalhando todos esses assuntos, que são realmente fundamentais… Temos consciência de que nosso posicionamento nos obriga a fazer sempre melhor e estamos sempre tentando.”.

    Aparentemente, por mais que reclamações viralizem bem mais rápido que um vídeo com duas das celebridades mais adoradas de Hollywood, a marca francesa ainda consegue fazer o que todas querem no fim do dia: vender e seguir sendo objeto de desejo dos mais diversos públicos.

    Não deixe de ver
    Tommy Hilfiger em entrevista exclusiva fala dos 40 anos de carreira
    L’Oreal e proprietários da Chanel são novos investidores da The Row, marca das gêmeas Olsen.
    Gisele Bündchen estrela campanha que marca novo momento da Democrata
    O que aprender com o reposicionamento da Abercrombie & Fitch?
    Hering busca equilibrar tradição e inovação com novas coleções e crescimento no digital
    Hermès cresce 13% em vendas
    Mercado de luxo em queda: números alarmantes preocupam o setor
    Alexandre Herchcovitch: o rei dos licenciamentos e collabs
    Supreme é vendida para a EssilorLuxottica por 1,5 bilhão
    Os CEOs da moda
    FFW