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    Nova editora de moda da ‘Folha de S. Paulo’ promete viés mais pop
    Nova editora de moda da ‘Folha de S. Paulo’ promete viés mais pop
    POR Camila Yahn

    A partir da próxima sexta-feira, dia 26 de março, quase 300.000 assinantes da “Folha de S. Paulo” (e, no mínimo, o dobro deste número em leitores) receberão em casa uma coluna de moda totalmente nova.

    Vivian Whiteman, funcionária da “Folha” desde 2005, fã de Bob Dylan, leonina nascida no mesmo dia de Mick Jagger, dona da vira-lata Jujuba e devoradora de pasteis de feira assume o comando da “Última Moda”, seção antes capitaneada pelo jornalista Alcino Leite.

    O portal FFW conversou com ela para entender o que sai (e o que fica) com a sua entrada para o front do jornalismo fashion brasileiro:

    vivian-whiteman-alcino-leite-fila-aSai Alcino Leite, entra Vivian Whiteman: a nova editora de moda da “Folha de S. Paulo” promete olhar mais pop © Agência Fotosite

    Quando você entrou na “Folha”?
    Entrei em 2005.

    E quanto tempo você trabalhou junto do Alcino na “Última Moda”?
    Desde a primeira coluna. Comecei com ele desde o primeiro dia.

    Você tem algum sonho ainda não realizado?
    Escrever um livro de altaescrita (tipo “literatura de altacostura”). Ser eleita a rainha do karaokê no Japão. Dar um abraço no Bob Dylan e tomar uns drinks com ele. Conhecer o Slavoj Zizek e ouvi-lo falar daquele jeito louco por horas e horas. Poder andar a cavalo todos os dias. Fazer uma reportagem especial com o David Bowie, para a qual ele me daria uma entrevista imensa e vestiria de novo todos os figurinos históricos da carreira dele. Fazer um editorial de moda no espaço, sem gravidade. E outros que eu não conto.

    Você começou como jornalista de moda?
    Não, eu comecei cobrindo música pop, e fiz isso por vários anos. Quase todos os meus trabalhos como jornalista foram na área cultural. Mas já escrevi para outras áreas, até canonização de santa no Vaticano eu já cobri (e foi incrível!).

    E como foi parar na moda?
    Quando eu nasci! Minha mãe e minhas tias sempre foram ligadonas em roupa, criavam modelos com as amigas em Minas e tal. Sempre tive esse gosto pela moda dentro de casa e, quando era criança, eu e a minha irmã tínhamos uma mala de roupas antigas que a gente amava e usava pra criar umas brincadeiras de teatro malucas. Adolescente, eu comecei a acompanhar os desfiles e tudo sobre o assunto. Fui leitora assídua de Erika Palomino [editora de moda aqui do portal FFW!] e de Regina Guerreiro. Comecei a cobrir o SPFW na área “social” (celebridades), que era uma ótima desculpa pra assistir aos desfiles. Foi quando eu decidi fazer um curso superior de moda. Depois, a Folha abriu o concurso para a coluna “Última Moda”, eu fiz, passei e estou por aqui até hoje!

    Em que ano você nasceu?
    Eu nasci há dez mil anos atrás! Hahaha! Sou da safra 77 e nasci no mesmo dia que o Mick Jagger.

    Qual era a’missão da “Última Moda” para com seus leitores?
    Em primeiro lugar, decodificar e abrir o universo da moda para o leitor que até então não se interessava especificamente neste assunto. Tornamos a linguagem fashion acessível ao público do jornal como um todo, e essa democratização da informação de moda foi um trabalho muito importante, um grande mérito do Alcino [Leite] e da “Folha”. Também tivemos a preocupação de traçar um novo panorama da moda, falando não só das mudanças estéticas que ocorreram depois dos anos 1990, mas também dos elementos econômicos e sociais envolvidos nesse contexto. Os grandes grupos, os altos e baixos dos padrões de beleza, o império do fast fashion, foram anos cheios de grandes notícias!

    E o que muda agora, com a saída do Alcino?
    O jornal todo terá um projeto gráfico novo em maio, além de algumas mudanças editoriais. Isso, é claro, se estenderá à coluna. Mas ainda não posso contar muita coisa. E muda também o olhar, porque eu tenho uma relação mais estreita com o mundo pop, minha história é essa. O importante é que permanecem as bases que o Alcino colocou: cobertura jornalística independente, crítica, ampla e 100% a serviço do leitor da “Folha”.

    Você tem animais de estimação?
    Uma vira-lata, a Jujuba. Ela tem 10 anos.

    Quando o Alcino encerra os trabalhos?
    Nesta sexta-feira (19/03) teremos a última coluna assinada por ele. Preciso confessar que vou morrer de saudades. O Alcino foi a pessoa mais incrível, inteligente, generosa, fina e divertida com quem eu já trabalhei. Um verdadeiro lorde do jornalismo brasileiro.

    E quando você assume a editoria?
    Na semana que vem [dia 26/03].

    Qual seu prato favorito?
    Pastel de feira, além de toda a culinária mineira e árabe.

    Como era a equipe anterior da “Última Moda”?
    Na redação, apenas Alcino e eu. Para as coberturas especiais, como é o caso do São Paulo Fashion Week, temos uma ótima equipe de colaboradores.

    E como será a sua equipe?
    Eu vou editar a coluna e teremos um repórter. É a mesma configuração. Os colaboradores também continuam com a gente para as semanas de moda brasileiras e outros frilas eventuais.

    O que vc aprendeu com o Alcino nestes anos de convívio?
    Uau, tanta coisa. A entender melhor os interesses do leitor, a decifrar o funcionamento de um jornal do porte da “Folha”, a desenvolver meu espírito crítico, a planejar as edições de forma estratégica, entre muitas outras coisas. Trabalhar com o Alcino foi uma aula intensiva de jornalismo, de ética e de amizade. Sou fã declarada do trabalho dele.

    E o que vc deixa pra trás?
    Ao longo dos próximos meses, o visual da coluna deve mudar bastante. Estamos preparando um rosto mais dinâmico e mais moderno para ela, com textos mais curtos e outras novidades que ainda são segredo.

    E a edição de moda da revista “Serafina”?
    Eu assumo a parte de moda da “Serafina” também, sob o comando da editora-geral da revista, Lulie Macedo. Temos quatro edições de moda por ano.

    Qual o seu signo?
    Leão. Ascendente em Aquário.

    A “Folha” se posicionou com muita firmeza em dois casos distintos: modelos negras e magreza extrema nas passarelas. Qual a sua opinião sobre estes assuntos?
    São duas questões que fazem parte do contexto social mundial e que encontram na moda um de seus pontos de ebulição. Vamos continuar de olho nos desdobramentos dessas questões, defendendo os valores éticos que acreditamos ser importantes. Mudanças interessantes estão em curso e não vamos deixar a poeira baixar.

    Qual tom você gostaria de assumir na sua gestão da “Última Moda”?
    A coluna continuará sendo informativa e cada vez mais vai abordar as relações da moda com o mundo, com o cotidiano das pessoas, seja por meio do cinema, da música, da TV, do comércio, dos desfiles, da economia ou da política.

    Qual o seu maior medo?
    Difícil dizer. Os medos mudam conforme você bate de frente com eles. Não gosto de cultivar medos. Mas tenho um pavor/pesadelo: de que a cidade seja tomada por uma praga de ratos, tipo a do livro [“A Peste] de [Albert] Camus. Odeio ratos.

    Qual contribuição você espera trazer para a moda nacional através da coluna?
    Um olhar crítico, mas nunca destrutivo ou maledicente. A crítica analítica, bem feita e construtiva pode ser muito benéfica, em qualquer área. Algumas boas doses de humor, de diversão. E espero poder noticiar grandes momentos da moda brasileira: o surgimento de novos grandes estilistas, negócios espetaculares, uma nova übermodel brasileira… o céu é o limite!

    Como você define o seu estilo pessoal?
    Não defino. Quando eu abro o meu guarda-roupa gosto de me divertir. Do mesmo jeito que eu fazia com a mala de roupa velha no quintal da minha infância.

    *A coluna “Última Moda” circula no caderno “Ilustrada” da “Folha de S. Paulo” todas as sextas-feiras.

    + Blog da coluna “Última Moda”: ultimamoda.folha.blog.uol.com.br

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