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    Modelo recifense Fernanda Oliveira fala sobre a polêmica da campanha da Saint Laurent
    Fernanda no backstage da Apartamento 03, no SPFW N43 ©Agência Fotosite
    Modelo recifense Fernanda Oliveira fala sobre a polêmica da campanha da Saint Laurent
    POR Redação

    Por Isabella de Almeida Prado

    Aos 16 anos, a recifense Fernanda Oliveira voltou ao Brasil após morar por muitos anos com a mãe na Suíça. Apesar de ter outros planos em mente – pensava em estudar engenharia mecânica -, quando a jovem chegou em Pernambuco seu pai a levou em uma agência da região, onde foi contratada. Hoje com 19, a modelo é representada internacionalmente por Leonardo Gomes, da Way,  já tem no currículo desfiles em marcas de prestígio e, recentemente, protagonizou a última campanha Saint Laurent, de Inverno 2018. As imagens, que mostravam a modelo de pernas abertas, com um casaco de pele, meia-arrastão e patins, foram banidas na França pela Autoridade de Regulação Profissional da Publicidade (ARPP), por sugerir uma ideia de submissão sexual da mulher. “O jeito como uma pessoa interpreta algo por ser vulgar é diferente para cada pessoa, cultura e país. E o empoderamento da mulher acho que, sinceramente, vem do fato dela poder agir e se vestir do jeito que ela quiser”, reflete Fernanda.

    A modelo, de riso fácil e cabelos cacheados à la Mica Arganaraz, participa da sua segunda temporada de SPFW e deve fazer 15 desfiles nesta edição (só ontem, Fernanda fez quatro das seis apresentações). Leia abaixo uma conversa sobre a sua carreira, a polêmica da Saint Laurent e os seus planos para o futuro.

    Como se deu o início da sua carreira? Você sempre teve o objetivo de ser modelo?

    Não, antes eu queria fazer Engenharia Mecânica. Terminei a escola obrigatória na Suíça e voltei para o Brasil. Foi o momento em que meu pai me levou para a minha primeira agência. E aí pensei que queria ser modelo. Eu tinha 16 anos.Assinei com uma agência pequena de Recife e depois disso eu voltei de novo para a Suíça, onde assinei com uma agência de Milão. Aí voltei ao Brasil e fiz meu primeiro SPFW.

    Em quanto tempo você conseguiu o seu primeiro trabalho internacional? Como foi o contato?

    Acho que em um ano. Minha ex-agência se misturou com outra, que cuidava da carreira internacional dos modelos. Com essa fusão, eles mudaram para Recife e como trabalhavam com internacional, mandaram as minhas polaroids para as marcas.

    Na última temporada você fez desfiles de marcas prestigiadas, como Proenza Schouler e Saint Laurent. Como foi?

    Eu não esperava fazer isso. Tive uma impressão diferente do que era desfilar para uma marca grande. Por trabalhar como uma modelo conhecida, achei que teria vergonha. Mas foi super de boa.

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    A modelo no desfile da Saint Laurent, de Inverno 2017, e na última apresentação da Proenza Schouler © Agência Fotosite

    Além do desfile, você fez a última campanha da Saint Laurent, que foi banida pela Autoridade de Regulação Profissional Profissional da Publicidade (ARPP), da França. O que achou da polêmica?

    Eu acho que foi bem exagerado. O jeito como uma pessoa interpreta algo por ser vulgar é diferente para cada pessoa, cultura e país. E acho que o empoderamento da mulher, sinceramente, vem do fato dela poder agir e se vestir do jeito que ela quiser. É isso que a Saint Laurent faz. A mulher é dona do próprio corpo. O primeiro smoking para mulher foi o Yves Saint Laurent quem fez.

    Você se sentiu desconfortável em algum momento?

    Várias pessoas me mandaram links de matérias de jornal. Eu fiquei bem surpresa, porque na minha opinião não tinha nada de vulgar e nada de humilhante para mim – e eu estava lá fazendo o shooting. Rolaram umas histórias dizendo que sou anoréxica e nunca fui na vida. Foi superprofissional, não teve nada de mais.

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    Fernanda na campanha da Saint Laurent, que foi banida na França © Reprodução

     

    Hoje você fez quatro dos seis desfiles do dia no SPFW. Como foi essa experiência?

    É tudo tão rápido, uma coisa atrás da outra, que mal tenho tempo de pensar na sensação do momento. É um stress, né? Mas estou superfeliz.

    Quantos desfiles você vai fazer nesta temporada? E pós-SPFW, já tem planos, viagens a trabalho?

    Faço em torno de 15. No final de semana vou para Los Angeles fotografar a nova campanha da Saint Laurent. Que dessa vez vai ficar nas ruas!

    fernanda-oliveira-spfwMaratona: Fernanda nos desfiles da PatBo, Memo e 2DNM ©Agência Fotosite

    Li que você mesma cortou seu cabelo, que acabou virando marca registrada.

    Eu tinha feito aquelas box braids, bem grandes. Aí rolou o show da Rihanna e cortei a franja porque não dava para pular, era muito pesado. Depois cortei as tranças e ficou tudo “tronxo”. O único corte que deu para resolver foi esse!

    Você tem uma tatuagem de faca entre os seios. Qual é o significado dela?

    A história é meio triste. Meu pai enfartou e nesse momento eu estava morando na Suíça. Caso acontecesse algo com ele eu não poderia nem ir ao enterro. Fiz essa tatuagem em homenagem a ele. Agora ele está bem – e não gostou disso!

    Quais são seus sonhos?

    Sonhos eu não tenho. Tenho objetivos. O meu objetivo era fazer o que estou fazendo agora. Como ele foi atingido, preciso de um tempo para fixar uns novos.

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