Imagem do skyline de Londres postada no Instagram da Burberry que gerou 24 mil likes e 650 comentários ©Reprodução
As marcas estão construindo uma relação cada vez mais estreita com as redes sociais. Quando surge uma ferramenta nova, não demora muito até que as marcas garantam a sua presença. A Burberry, por exemplo, é uma das grifes mais ativas do mundo digital, e já foi várias vezes premiada pela sua atuação ou pelo seu elevado número de fãs – mais de 13 milhões no Facebook. A blogueira Jane Aldridge, de certa forma uma especialista em redes sociais, confessou em entrevista ao FFW que desabilitou a opção de comentários no seu blog porque na sua opinião, eles eram desnecessários. “A interação vai dar-se muito mais por meio de outras redes sociais, como o Twitter, o Facebook e o Instagram, que permitem interações mais ricas”, acrescenta.
Na verdade, as redes sociais permitem uma relação de ganha-ganha entre a marca e o consumidor (ou fã) – seja com foco comercial como o recente The Fancy, ou apenas para estreitar relações, como o Facebook e agora o Instagram. Não deixa de ser uma ação de marketing inteligente por parte das empresas. Ninguém mais quer uma marca impositiva que escancare os seus produtos. As pessoas procuram interagir com a grife e criar uma relação de confiança e amizade. Desta forma, fotos inspiradoras e outras ações que mostrem a marca mais como uma pessoa do que como uma instituição, nos fazem sentir mais próximos dela do que fotos de bolsas com um preço. Influencia diretamente na compra a Burberry postar uma foto de um anoitecer em Londres? Talvez não, mas por alguma razão a foto consegue no Instagram quase 24 mil curtidas e 650 comentários e cria uma relação direta com seus seguidores.
Da esquerda para a direita: fotos postadas nos perfis de Instagram da Ladurée (@maison_laduree), Burberry (@burberry), Tiffany & Co. (@tiffanyandco) e Hermès (@hermes_paris) ©Reprodução
As pessoas já não querem saber o que as outras sentem, elas querem ver o que elas sentem. E por isso mesmo, a rede social do momento é o próprio Instagram. O aplicativo foi criado para ser utilizado somente em celulares, originalmente para iPhone e posteriormente estendido ao sistema operacional Android, o que não só causou várias polêmicas como também lhe rendeu mais uns milhões de usuários. De acordo com a “Forbes”, nos últimos sete meses, a rede de compartilhamento de fotos cresceu de 15 milhões para 80 milhões de usuários. E uma rede assim não deve ser ignorada, principalmente pelas grandes marcas que desejam criar laços de proximidade com os seus consumidores. Hermès, Gucci (@gucci), Marc Jacobs (@marcjacobsintl), Tiffany & Co. e a “premiada” Burberry já estão presentes na rede, informando e inspirando com imagens de looks, cidades e backstages.
Fotos publicadas no perfil de Instagram da Gucci e da Marc Jacobs ©Reprodução
O Instagram pertence ao Facebook desde abril deste ano, quando foi comprado por US$ 1 bilhão, de acordo com o “The New York Times”, e permite partilhar as fotos na rede de Zuckerberg, mas também no Twitter e no Foursquare, o que deixa a interação ainda mais interessante e abrangente. A “Forbes” aconselha inclusive os brand managers das marcas que ainda não têm perfil na rede a criarem imediatamente uma conta. “Como se o futuro do mundo livre dependesse disso”, acrescenta a publicação, em tom irônico. “Enquanto algumas marcas continuam esperando e vendo como as suas concorrentes estão engajando usuários e medindo resultados, 80 milhões de potenciais consumidores estão sendo ignorados”, finaliza.