A Bottega Veneta já foi uma marca reconhecida pelo extremo luxo aliado a mais pura essência de sofisticação. Roupas dotadas de uma elegância low-profile, onde tudo parecia no seu devido lugar, numa perfeição quase que absoluta, ainda que sempre pautada por uma certa serenidade. Mas já faz algumas coleções em que Tomas Maier, diretor criativo da marca, vem dando sinais de mudança, sem que toda essa essência seja perdida.
Numa daqueles movimento em que a moda se faz reflexos dos desejos e acontecimentos da sociedade, Maier foi então substituindo o rigor de suas roupas, pela causalidade que se fazia necessária. Talvez fosse na linha masculina que a presença do sportswear, com suas roupas para o cotidiano, se fazia mais evidente. No feminino, contudo, tal transição vinha mais sutil. Até agora.
Para o verão 2011 Maier colocou na passarela apenas aquilo que considerou “roupa para todo dia”. Sem um look de festa (ou tapete-vermelho) se quer, o estilista se focou nas mais pura simplicidade de uma vestido evasê. Decorações eram mínimas, alguns recortes transparentes, pequenos babados e pontuais aplicações de penas. As barras, em geral, vinham acima do joelho, porém se vaziam ainda mais desejadas quando se alongavam até o chão como nos ótimos vestidos de tecido sintético. com aparência molhada.
Com cabelos úmidos e sandálias sem saltos, suas modelos carregavam em sua expressão _e imagem_ a mais atual definição de conforto. Até mesmo quando a alfaiataria entrava em cena vinha pautada por essa descontração e casualidade que se fazem exigências em dias de calor. Blazeres levemente ajustados a silhueta feminina, tinham algo de desestruturado, quase num prenúncio para as formas amplas das calças jodhpurs ou então decoradas com babados não tão felizes.