Antônio Haslauer, Angela Hirata, Evilásio Miranda, Patrícia Schettino e Gina Guerra ©Ricardo Toscani/FFW
Em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), o Rio-à-Porter promoveu nesta sexta-feira (09.11) um debate sobre a internacionalização da moda nacional intitulado “Brazilian Fashion Going Global”. Com a mediação de Evilásio Miranda, o bate-papo teve a presença de Antonio Haslauer, ex-CEO da Forum; Angela Hirata, ex-diretora da Alpargatas; e de Patrícia Schettino e Gina Guerra, da marca mineira GIG.
Após uma curta apresentação dos participantes do debate, Evilásio expôs rapidamente sua experiência como funcionário da ABIT e explicou as ações da instituição para promover a moda nacional no exterior. Logo em seguida, foi Haslauer quem dividiu com os presentes um pouco de sua trajetória profissional: o brasileiro radicado em Nova York começou representando marcas italianas de luxo nos Estados Unidos até ser convidado por Tufi Duek para gerir a expansão internacional da Forum.
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Hoje, Haslauer trabalha como consultor e foi uma das mentes por trás da campanha “A Magic Journey to Brazil”, da Macy’s. Já Angela foi a responsável por transformar a Havaianas em sinônimo de Brasil, bem como por colocá-la na lista de itens-desejo de pessoas que não conheciam nada do país. A administradora, agora aposentada e também atuando como consultora, contou sobre a experiência de convencer a cúpula organizadora do Oscar a premiar as candidatas ao prêmio de Melhor Atriz do ano de 2003 com pares de sandálias.
Apesar da resistência enfrentada inicialmente na própria Alpargatas, dona da Havaianas, Angela contou que hoje a marca representa não apenas conforto, mas um estilo de vida característico do Brasil identificado lá fora pela vivacidade, miscigenação e uso de cores fortes. “A oportunidade está no ar, é preciso ficar sempre atenta”, ela comentou quando questionada sobre como escolheu a Havaianas dentre o extenso portfólio da já citada Alpargatas, grupo que também detém a Topper, Mizuno, Rainha e Timberland.
Antonio Haslauer, Angela Hirata, Evilásio Miranda, Patrícia Schettino e Gina Guerra ©Ricardo Toscani/FFW
Patrícia Schettino e Gina Guerra, por sua vez, contaram um pouco sobre a história da GIG, que foi fundada em 2005 e atualmente é vendida em multimarcas da América do Norte, Europa, Ásia e até dos Emirados Árabes. Patrícia, responsável pela parte administrativa da marca mineira, discorreu sobre os desafios de levar peças refinadas, que chegam a levar mais de seis horas para serem confeccionadas, ao consumidor final e, sobretudo, a preços acessíveis. Já Gina, estilista da GIG, explicou seu processo criativo e como busca referências através de viagens e experiências pessoais.
Produzir no Brasil, mesmo com a opção de fazê-lo por menos na China ou na Índia, foi um dos questionamentos que finalizaram o debate, assim como a conclusão de que não há respostas imediatas, mas um longo caminho a percorrer. A busca por inovação, seja no design, seja em materiais, foi algo apontado por todos os participantes do debate como essencial, bem como manter-se fiel à própria identidade.