Coleção de inverno 2011 da Ágatha ©Reprodução
O Fashion Rio recebe algumas estreias nesta edição. Uma delas é a carioca Ágatha, que já tem 20 anos de estrada. A estilista Ceiça Gioielli criou a grife em 1990, depois de trabalhar anos com a mãe, que era costureira. Após anos ajudando a mãe, tanto na área administrativa quanto no estilo, Ceiça resolveu abrir seu próprio negócio. Com vontade de fazer uma moda casual e acessível, surgiu a Ágatha.
De 1990 até aqui, o crescimento foi grande. Em 1998, a grife inaugurou sua primeira loja no Barra Shopping, no Rio. Em seguida, abriu lojas em Niteroi e em outros centros comerciais do Rio. Logo depois cruzou fronteiras e foi para Belo Horizonte, onde abriu espaços em dois shoppings da capital mineira. Em São Paulo, a chegada da Ágatha foi mais recente, em 2009, marcando presença nos shoppings Morumbi e Vila Olímpia.
E a expansão não parou por aí. No ano passado, o shopping Rio Sul ganhou uma nova loja, a maior da rede, com 170m² e BH recebeu sua terceira Ágatha. Para este ano, o plano é ampliar outros dois espaços e abrir mais um no Rio e outro em São Paulo. Ufa!
Depois de todo esse caminho no varejo, Ceiça resolveu que era hora de levar a Ágatha para um próximo nível: as passarelas. A marca passou por um reposicionamento que contou com mais investimentos na imagem da grife e com isso, o trabalho começou a ter um lado mais conceitual. “Começamos a criar peças desenvolvidas especialmente para os editoriais e o resultado foi tão positivo que surgiu a vontade de mostrar o trabalho da Ágatha para um público maior. Além disso, também havia o questionamento de nossas clientes que sempre perguntavam por que a gente não desfilava”, justifica Ceiça.
O FFW conversou com Ceiça Gioielli e ela contou da história da marca aos preparativos de seu primeiro desfile no Fashion Rio Verão 2012. Confira.
Ceiça Gioielli, estilista e criadora da Ágatha ©Divulgação
Como nasceu a marca?
Cresci no meio de moda. Minha mãe era costureira e com 10 anos eu já fazia as minhas roupas. Comecei a trabalhar com ela ainda adolescente. Ajudava tanto na parte administrativa quanto no estilo. A produção foi aumentando e decidi criar minha própria grife.
Quais eram as ideias e a imagem inicial da Ágatha? A marca se manteve assim?
A ideia da Ágatha é criar roupas modernas, acessíveis, jovens e antenadas com as tendências de moda internacionais. Esse foi o objetivo inicial e continua assim até hoje.
Quem é o público da marca? Em que tipo de mulher você foca o seu trabalho?
É a mulher que valoriza a moda, antenada, que gosta de estar sempre bem vestida seja para o trabalho, seja para sair à noite.
O estilo da marca mudou ao longo desses anos?
A moda está sempre mudando, como a Ágatha acompanha as tendências da moda, de certa forma também muda. A mulher Ágatha ficou mais sofisticada.
Como foi o crescimento da grife ao longo desses 20 anos?
O crescimento da Ágatha foi bem natural. Começamos com lojas menores. Como o movimento foi aumentando, precisamos de pontos maiores e, consequentemente, lojas maiores. Também surgiu o interesse por tecidos diferenciados e materiais mais elaborados. Para acompanhar esse movimento, houve um reposicionamento da marca com a abertura de lojas em locais mais nobres. Com o sucesso no Estado do Rio, veio a vontade de explorar outras regiões. Então, abrimos as lojas em Belo Horizonte e São Paulo e a venda em atacado, para multimarcas em todo o Brasil.
Croquis da coleção que será desfilada no Fashion Rio ©Divulgação
A marca é carioca, mas tem se espalhado pelo Brasil. Onde vocês fazem mais sucesso?
A Ágatha foi muito bem aceita tanto em Belo Horizonte quanto em São Paulo. As mineiras e paulistanas gostam de estar bem produzidas, valorizam uma roupa bacana, e isso tem tudo a ver com o estilo da Ágatha. As cariocas são tradicionalmente mais despojadas. É difícil dizer onde ela faz mais sucesso. Diria que faz sucesso de formas diferentes. Tem determinadas linhas que são mais bem aceitas em São Paulo, já outras esgotam rapidamente no Rio de Janeiro ou em Belo Horizonte.
Como surgiu a oportunidade de desfilar no Fashion Rio? Por que fazer isso só agora?
Com o reposicionamento da Ágatha, passamos a investir nos catálogos e na imagem da marca. Começamos a criar peças conceituais, desenvolvidas especialmente para os editoriais. O trabalho foi muito bem aceito tanto pela imprensa quanto pelas clientes. O resultado foi tão positivo que surgiu a vontade de mostrar o trabalho da Ágatha para um público maior. Além disso, também havia o questionamento de nossas clientes que sempre perguntavam por que a gente não desfilava. Chegou a hora!
Como estão os preparativos para o desfile? Qual a expectativa de repercussão do desfile e do retorno para a marca?
Os preparativos estão ótimos e está sendo muito prazeroso fazer esse desfile. A coleção está ficando linda, pensada em cada mínimo detalhe. Sinceramente foi bem mais tranqüilo do que eu imaginava. Isso me deu mais certeza ainda de que estamos estreando no Fashion Rio na hora certa. A expectativa é de que o desfile dê um reconhecimento para a Ágatha, tanto nacional quanto internacionalmente, e que o público conheça melhor como é o estilo Ágatha.