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    “O luxo de hoje é algo reservado”, diz estilista da Valentino
    “O luxo de hoje é algo reservado”, diz estilista da Valentino
    POR Redação

    valent 2Painel de referências no camarim de Valentino © Juliana Lopes (todas as fotos)

    Por Juliana Lopes, em Paris

    A sutileza dos detalhes não esconde a pesquisa concentrada profundamente look a look. Primeiro, um olhar amplo na passarela capta o movimento de volumes contidos e referências anos 50 e 60, interpretadas por mulheres clássicas e atemporais, como Audrey Hepburn e Jackie Onassis. Em seguida, um olhar aproximado em cada uma das peças da Valentino vê o percurso que os diretores artísticos Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli percorreram para chegar a essa mulher contemporânea: respeito à couture, traduzido em novas articulações técnicas do nosso tempo. Na prática isso significa, entre outras táticas, trabalhar materiais de forma diferente e remodelar essa mulher clássica com formas usáveis, “por exemplo, misturando tricô com couro e usar o clássico cashmere de um modo diferente”, explica Maria Grazia ao FFW após o desfile.

    valen lookbookFotos dos looks no backstage de Valentino, com a brasileira Deborah Muller no casting

    Colocar lado a lado, ou sobrepor, materiais que até então tinham uma função e um caimento específicos, cria uma espécie de confusão visual positiva. Ou como explica tecnicamente a marca, “texturas tridimensionais”. E essa tendência – de misturar materiais até então improváveis – é uma das grandes direções dessa semana de moda parisiense, que também apareceu nas outras capitais fashion. Obviamente cada grife teve seu modo de interpretar esse mix – a mesma tendência em Lanvin, por exemplo, parece vinda de outro planeta. É como se cada criador de moda hoje pensasse: “quem disse que os tricôs servem para criar só esse tipo de volume?”. Ou então: “Por que não dar um peso diferente ao cashmere e contaminá-lo com studs de metal?”, como fez a Valentino. E para esse movimento mixed resultar na extrema elegância apresentada, Maria Grazia e Pier Paolo mantiveram a concentração em pequenos detalhes.

    valen 3

    “A elegância e a sensualidade hoje requerem pureza. A atitude feminina hoje é pura, a beleza é algo secreto, o luxo de hoje é algo reservado que você guarda para si”, resume Pier Paolo. O mais instigante dessa coleção é que, apesar da delicadeza da pesquisa, o impacto visual é forte. “Apesar dessa sutileza, a beleza é algo que você percebe, mesmo sem saber porquê”, diz Pier.

    A escolha de cores também reflete essa vontade de uma nova sensualidade que não é entregue facilmente. Maria Grazia as chama de rouge noir, vermelho e verde dark. “São sensuais e ao mesmo tempo não tão coloridos, são as cores dessa geração”, diz. Conceitos à parte, a moda de Valentino é totalmente usável. “Estamos traduzindo alta costura em ready to wear. Queremos propor algo que se possa comprar e vestir”, diz Maria Grazia. Mas o conceito não fica de fora, senão a informação de moda não chega à consumidora e a estilista idealiza isso: “A mulher tem que conseguir, ao vestir a roupa, reviver o mesmo momento do desfile”.

    valen abreColeção com foco na pesquisa de materiais

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