O hype bureau de tendências WGSN acaba de divulgar um novo estudo de moda sobre… bactérias! O portal aposta em um futuro onde biologia sintética e bactérias permeiam também a indústria de tecidos e vestuário.
O argumento é baseado no trabalho de duas futurologistas, Suzanne Lee e Donna Franklin, que estão pesquisando algo que ainda parece ficção-científica: a criação de tecidos que se desenvolvem a partir de microorganismos.
Designers e artistas como o holandês Jelte van Abbema já testam novas possibilidades de fato: van Abbema criou uma fonte de bactérias que, mesmo após impressa no papel, continua crescendo e mudando de cor e forma durante seu ciclo de vida. Na prática, se aplicada como estampa numa roupa, essa fonte bacteriana criaria uma peça mutante, capaz de se alterar dia após dia. Genial, não? Além disso, como a impressão é um grande poluidor mundial, esta seria uma alternativa interessante (e bem orgânica) para amenizar o problema.
A fonte de bactérias de Jelte van Abbema: cores e formas mutantes © Reprodução
Já Mareike Frensemeier criou o “Bacs”, uma embalagem 100% biodegradável feita de bactérias alimentadas por açúcar. Quando cresce, a bactéria cria uma casca de um material parecido com papel que envolve o produto. Outro item da mesma linha é uma espuma protetora encontrada em forma sólida ou em creme, que pode ser usada para manter a comida fresca por mais tempo, por exemplo. As fibras ultra-finas do “Bacs”, atualmente não-comercializado, abrem as portas para várias outras aplicações sustentáveis para embalagens.
O projeto “Bacs”, criado por Mareike Frensemeier: embalagens 100% biodegradáveis © Reprodução
Sonja Bäumel é outra fascinada por essas criaturas invisíveis. Seu projeto “(in)Visible Membrane” (“membrana (in)visível”) explora a possibilidade da pele humana ser controlada para criar roupas que reagem ao ambiente e às necessidades do usuário, testando as reações de diversas bactérias em pedaços de tecidos.
As culturas de Sonja Bäumel em tecidos © Reprodução
Por enquanto, Sonja se concentra nas atividades da camada invisível (mas muito viva) de nossa pele, transformando-a em algo visível através de seus designs. É mais fácil de entender o conceito quando se vê o mapa corporal que ela fez de si mesma em uma placa de Petri gigante, onde as bactérias continuaram seu ciclo até mostrar uma silhueta.
A silhueta em bactérias de Sonja Bäumel ©Reprodução
O bureau termina de modo profético, chamando as bactérias de “um material onipresente que tem muitas possibilidades de ser moldado para servir uma variedade de indústrias.”